sábado, 31 de dezembro de 2011
2012 - Rumo ao futuro, sem esquecer o passado
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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
Velejada às Capivaras
LEIA MAIS >>> Velejada às Capivaras
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Perda de um Velejador
a partir da queda do mastro da mezena do veleiro, que está no seco numa marina, sobre um fio de alta tensão.
Geraldo teve morte instântanea.
Sua companheira Andy foi socorrida e hospitalizada mas se recuperou sem sequelas.
Uma perda lamentável para a vela brasileira.
domingo, 27 de novembro de 2011
Dragagem do Arroio São Lourenço
Por estes dias a draga da foto começou a desobstruir o canal do arroio São Lourenço atulhado desde a enxurrada de março passado.
É uma parceria: enquanto a Superintendência de Portos e Hidrovias, dirigida por um político do PSB (o mesmo partido do vice-governador Beto Grill e do secretário de InfraEstrutura Beto Albuquerque), entrou com o pessoal e o equipamento, a prefeitura garante o combustível, 30 mil litros de óleo diesel, para a remoção de 25 mil metros cúbicos de entulho, ou seja, umas 2500 caçambas de médio porte.
A previsão é que em 30 dias os barcos de pesca e passeio possam voltar a circular como antes no canal, em cujas margens opera pelo menos um estaleiro especializado na fabricação de escunas.
Fundada há 153 anos pelo imigrante alemão Jacob Rheingantz, São Lourenço do Sul começou com um barco no qual chegaram 88 colonos. A navegação faz parte da história da cidade. Desentupir o rio é o mínimo que os governos deveriam fazer pela restauração da identidade lourenciana.
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Vilas Boas Náutica na Antártida
Veleiros Passatempo ( esq.) e Entre Polos ( dir.)
domingo, 6 de novembro de 2011
A VOR começou
A Volvo Ocean Race ( VOR), a regata de maior vulto da vela mundial, já começou. No total, são 66 velejadores de 14 países diferentes que irão competir na regata. A Nova Zelândia surge com 19 atletas, enquanto o Brasil aparece apenas com Joca Signorini - além dele, também participa o uruguaio naturalizado brasileiro Horário Carabelli ( foto abaixo) que atuará como diretor técnico da equipe da Telefonica. Esta será a terceira participação de Joca na competição, que esteve ao lado de Torben Grael em 2005-06, na equipe brasileira Brasil 1, e na equipe vencedora Ericsson 4, em 2008-0. Joca é o único integrante do time que sabe como é vencer a volta ao mundo.
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
Para apreciar
domingo, 30 de outubro de 2011
Navio "Altair"
Nas fotos o navio na época do encalhe e, a seguinte, ainda resistindo ao desaparecimento total constituindo-se até hoje numa referência na praia e um atrativo para os visitantes.
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Quando as águas não pedem licença
Este estrago todo ocorreu em North Berwick, East Lothian, Scotland (30 Mar 2010) em consequência de marés da primavera associadas com ventos excepcionalmente fortes e ondas muito altas. Por momentos lembra o ocorrido em São Lourenço e ajuda a ter presente a força insuperável que as águas podem ter nestes momentos;
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
Sailing singlehanded old Scylla Ellinor
... the double pleasure of sailing and of an old boat ... ( by means of Doryman from the original video Sailing singlehanded - 20/8/2011 - old Scylla Ellinor from Jan Eerala on Vimeo.
domingo, 25 de setembro de 2011
Passeio ao Porto do Rei
SEGUE >>> http://flotilha.blogspot.com/p/relatos.html
Na Rota da Mirim
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Yrvind
I had been away more than a year on the big boat and among the many things I had learnt was, a bigger boat doesn’t make you happier, but it cost more not only to build but also in upkeep. It is also more difficult to manoeuvre and find a place for in harbour. It shore has many advantages like speed and carrying capacity and prestige but they did not mean much for me, so weighing it al together as one has to do I understood that my values and my heart favoured the small one.
I lived in the attic of my mother’s house. Mother was glad to see me back. I told her I wanted to build a small ocean going boat and asked if I could do it in the back yard. It is always interesting to see you doing constructive work she said. The neighbours who had been a bit surprised that the good for nothing son next door had crossed the Atlantic in a converted steamboat was of the same opinion. It had been in the newspapers.
To get shelter from the weather I put up some tarpaulins between the apple trees. It did not take long before the city planner was there asking me if I had permission.
“I shall only build a small boat, then I take down the tarpaulins and go sailing” I answered.
“Have you been thinking about what would happen if everyone did like you?” He asked.
“What would happen if everyone was a town planner” I said.
follow >>> http://www.yrvind.com/my_life
domingo, 28 de agosto de 2011
Marreco 16, um Anão de Oceano
Depois de dois meses, sem navegar em função do meu coração meio pipocando, resolvi aceitar o convite do Octaviano grande amigo e tripulante do Colibri para trazer um marreco 16 de Porto Alegre a Rio Grande. Convite esse aceito na hora sem titubear, pois eu adoro esses barquinhos muito marinheiros e doceis, valentes para o mar . Octaviano acertou o negócio e ficamos de ir a Porto Alegre na segunda-feira, dia 15 de agosto. Chegando em Porto Alegre fomos direto para o barco do amigo Duduca no Iate Clube Guaiba, o veleiro Minuano ,onde ficamos acomodados até a conclusão da compra do barco. Na terça -feira, dia 16 ficou todo comprometido com as arrumações para navegação. Levamos o dia todo fazendo as coisas necessárias para aprontar o veleiro. O barco estava no Clube Jangadeiros, eram mais ou menos umas dezessete horas, quando saímos do clube em direção ao Iate Clube Guaíba com um ventinho bom de nordeste .O motor funcionou cem metros e não "quis" mais nada, mesmo tendo sido feita uma revisão pelo mecânico do Jangadeiros... pelo menos foi isso que ele falou e me disse, que barco a vela anda a vela não a motor... só lhe retruquei, que de Porto Alegre a Rio Grande tem umas boas milhas para se fazer. Resumindo, só consegui acertar esse motor no Clube Náutico Itapuã, depois de verificar as coisas que esse mecânico estragou em vez de consertar; mais dois dias comprando algumas coisas e finalmente saímos na quinta feira, às nove e trinta do Iate Clube Guaíba com o tempo nos brindando com um belo chuvisco e uma aragem de leste.
Conseguimos levar o motor trabalhando mal até perto da ilha Chico Manuel, depois não deu mais, por sorte entrou um leste mediano que nos levou até o morro do Côco, onde resolveu despertar a sua fúria e começou a soprar forte. Tiramos a genoa e o barco continuou andando na mesma velocidade; me impressionou a maneira que se comportava e orçando bem,em seguida precisamos rinzar a grande e continuou andando igual, subia e descia na onda, que valente esse anão oceânico.Chegamos no Clube Naútico Itapuã todo molhados, mas felizes por saber que o Octaviano tinha comprado um belo barco. Beleza, a lagoa não seria problema para esse barquinho, me inspirou muita confiança apesar de seu tamanho. Chegamos no clube eram umas dezessete horas e pouco depois o vento amainou, nem parecia que estava aquela "porrasca" de vento .
Fomos muito bem recebidos pelo pessoal do clube, gente boa e de bom coração .Fizemos belas amizades ,como a do Marino comandante do Bagual II, o Luiz Marasca e a Lia comandante do Tobruk. O Lála figura ilustre do clube... lá da vontade de ficar pelo menos uma semana só para conviver com esse pessoal maravilhoso .O Bira comandante da lancha Kabang. A Tina que chegou no Liberdade com seu flamante motor recondicionado e nos trinques, iriam para a Lagoa do Casamento com uns amigos .Legal mesmo é o mascote do Clube Itapuã o Crok Crok, uma garça, que vive livre e acompanha o pessoal pelo trapiche... a preguiçosa agora conta com peixe fresco que o pessoal pesca para alimentá-la, não quer mais nada o bichinho... só vida boa!
Tivemos que esperar três dias por uma janela, pois a coisa enroscou de vento e encheu a água acima dos trapiches do clube. Nós estávamos sempre com a previsão da Maria Teresa (Tete) a qual queria participar de qualquer maneira... até o último momento ficou enlouquecida para ir, mas seria muito ruim para ela pela pouca acomodação do barco .
Então a convenci de pegar vários pré-tempos e formar a previsão ,e nos passar as melhores janelas e foi perfeito. Graças a ela fizemos ao pé da letra as etapas, ela nos deu a pré para sair do Naútico Itapuã ao Cristovão Pereira direto. Teríamos ventos sul e suleste calmeirinho, então era tocar motor e vela para atravessar a lagoa, pois iria enroscar de leste suleste na terça mas ai estaríamos com abrigo de costa até passando o São Simão foi calmaria e só tinhamos que cuidar para não bater nos tocos e pedaços de árvores boiando na lagoa. Eu nunca tinha visto tanta árvore boiando na lagoa, bastante perigoso... isso só melhorou a partir do São Simão onde também entrou um ventinho de suleste e começou a puxar, mas o barco com tudo em cima rendia bem e chegamos ao pé do Cristovão Pereira eram vinte e trinta horas com uma escuridão total, o farol está só para bonito e a boia na ponta do banco também, não vimos luz nenhuma não duvido que esta boia esteja navegando por ai sem rumo .Falei para o otaviano que quando amanhecesse o farol estaria ali bem pertinho, dito e feito amanheceu com o farol em cima .
Tomamos um bom café, colocamos a roupa de chuva pois chovia e o vento era forte, mas graças a Deus estávamos do lado do abrigo de costa e ai ia render bem .Saimos junto a costa e fomos costeando até perto do farol do Capão da Marca, sem ondas e um ventinho amigo dava uma orça cochada. Do Capão da Marca fizemos rumo do Bojuru ,ai teve um pouco de onda mas o barquinho tira de letra e pela Tete poderíamos ir até a Barra Falsa onde chegamos às dezoito horas. Dali pegamos mais uma previsão onde teríamos ventos médios até as dezoito horas, depois iria enroscar forte com rajadas de trinta a trinta e cinco nós.
Fizemos o mesmo, saímos da Barra Falsa pela costa protegidos do mar e vento até perto do farol do Estreito, ai sim fizemos rumo do mangrulho ou melhor os pedaços do que foi o farol. Peguei o canal dos Antigos Veleiros fazendo o canal do Inhâme e ponta do mato na Várzea. Quando saímos do Canal da Várzea para o Canal das Capivaras, ai sim enroscou de vez muito vento, mas consegui manter a mestra em cima e puxar para a costa da Ponta Rasa, onde mesmo pertinho tinha bastante onda e muito vento. Chegamos nas Capivaras ao anoitecer e ficamos na salguinha de sempre. Ligamos para casa dando a nossa posição e a Tete disse que teríamos até o meio dia para chegar a Rio Grande, depois iria puxar de sudoeste e sul. Estávamos apenas quinze milhas de Rio Grande tudo bem, só que teriamos uma noite com muitos ventos de lesnordeste e chuva .Ali é um bom abrigo para ventos destes quadrantes, então a única coisa que tivemos que fazer foi levantar as quatro da manhã para mudar de um lado do cais para o outro... pois rondou para nordeste ai ficou melhor do lado da revessa.
Na quinta de manhã levantamos e tomamos um bom café para última etapa, chovia um pouquinho mas em seguida parou. Dai abriu um sol para iluminar nossa chegada, barco rendendo bem em popa e foi um abraço.Às onze e trinta horas chegamos no Rio Grande Yate Clube inteiros,felizes e realizados por mais uma aventura, as mulheres nos esperando com um sorriso no rosto pois sabiam que em todo o trajeto não quebramos um parafuso que fosse, nem tivemos alguma dificuldade. A gente vai aprendendo dia a dia seja qual for o tamanho do barco em que velejamos e com apoio de terra na previsão tudo fica mais fácil .E assim foi a velejada do marrequinho na lagoa ,e obrigado ao comandante Octaviano por me proporcionar esse belo passeio de inverno e parabenizálo pela ótima aquisição, e quando queira estamos pronto para mais uma dessas aventuras.
Bons ventos a todos navegadores em especial desses barcos marinheiros .
(mais fotos em http://newtonribeiro.webs.com/velejadapoarg.htm )
sábado, 20 de agosto de 2011
Veleiros na Lagoa da Conceição
Regata de Botes Baleeiros de Açores
Por intermédio de João Carlos Fraga, de Açores, fico sabendo da admirável Regata de Botes Baleeiros , a vela e a remos, realizada durante a Semana do Mar. Este ano a regata teve a participação de 13 botes (8 do Faial e 5 do Pico ). Segundo João Carlos Fraga, a versão açoriana destas embarcações não tem tábua de bolina, só tem quilha. Na adaptação que o modelo norte-americano sofreu, a tábua de bolina foi sacrificada para conferir mais rigidez aos botes que, entretanto, são um bocado mais compridos e esguios do que os originais. Especial atenção merece a participação, muito ativa, de tripulantes femininas. As provas são também muito acirradas, em parte talvez até por conta da rivalidade entre as ilhas. Jocosamente Fraga menciona que "quase que há murro em certas provas". Um belo exemplo da rica contribuição que as embarcações de trabalho podem trazer para a vela. As imagens, inspiradas, são do excelente fotógrafo açoriano Souto Gonçalves.
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Barra Limpa ( Relato de Tau Golin)
Na última quinzena de julho, aproveitei o nível alto das águas para navegar de Porto Alegre a Palmares do Sul. Durante muito tempo, no século XX, o trajeto constituiu a primeira parte de um roteiro interessante. Um vapor saia da capital pelo Guaíba, passava o farol de Itapuã, entrando na lagoa dos Patos, contornava a ponta das Desertas, penetrava na lagoa do Casamento, ingressava na barra do rio Palmares e subia até a vila/cidade.
Naquela costa existia considerável empório. Um trem levava os passageiros e cargas até Osório. Ali, um porto conectava, através de lagoas e canais, a Torres. Com o auxílio do trem se navegava a costa por dentro do continente. Dragas mantinham a profundidade para a navegação mais pesada. Este sistema foi destruído há algumas décadas. O trem foi desativado. As dragas retiradas. Sobre os canais construíram pontes sem respeitar altura de vão para a passagem de barcos. Se ainda fosse patrimônio rio-grandense, não se precisaria de cérebro privilegiado para perceber a multiplicidade de seu uso; o turismo, por exemplo, estaria em festa.
Do porto de Palmares também ocorria o fluxo de pessoas e mercadorias pela costa litorânea para o Sul.
O trajeto de Porto Alegre a Palmares do Sul, aparentemente livre da especulação rodoviária, também foi abandonado. Inclusive a “navegação de recreio” é impossível. A causa poderia ser atribuída a falta de visão e a incompetência que deixaram à “natureza” três pontos de bloqueios: o banco do Abreu, o canal do Furado e o assoreamento da barra do rio Palmares. No verão, o calado fica em torno de um metro de profundidade. No inverno, aumenta um pouco. Neste julho de enchente, passamos com 1.90m. De qualquer forma, são trechos muito pequenos, de fundo de areia, nada que um trator sobre flutuante não solucione.
A situação de Palmares do Sul é similar a Itapuã, a Arambaré, a Barra do Ribeiro, etc. A lista é imensa. A situação de São Lourenço é exemplar. Desde a enchente que submeteu a cidade a uma tragédia, os entulhos assorearam a barra. Está com menos de um metro. Se ninguém sai, ninguém entra – pescadores artesanais, barcos de turismo e navegadores que visitavam a cidade, ou que tinham ali importante refúgio. Algo deverá acontecer também em Itapuã, em Viamão. Sua barra e entrada do rio formaram uma elevação. Caso se produza condições peculiares no tempo, aquela comunidade poderá sofrer igual problema.
O fato é que há um século o homem vem assoreando o Guaíba e a lagoa dos Patos. O mais visível é que, nas enchentes, porcos do Planalto Médio ofertam churrasquinho extra no Lami. Mas a cada chuva, toneladas de entulhos vão para o seu leito, carregados pelos grandes rios e riachos. Aquilo que é carregado pelos grandes rios precisa de remoção posterior, mas grande parte da imundície das sangas poderiam ser contidos com mecanismos simples. Mas os técnicos do Rio Grande jamais ouviram falar de sistemas de caçambas com reduções mecânicas, usados desde a Mesopotâmia e povos da Antiguidade; dos egípcios aos incas, etc. Boias de contenção deve ser algo muito complexo para se colocar nas bocas de despejos.
Entretanto, nossos sofisticados técnicos são capazes de projetar braços automatizados, em especial se depender de financiamento internacional para ser implementado. O que esperar de um serviço público que não conseguiu ainda eliminar as poças do Parque da Redenção? Um taipeiro da fronteira, com uma única pá de corte, já teria solucionado o problema.
Enquanto isso, tudo chega no pobre e moribundo Guaíba. Onde crava espontaneamente um pau ou taquareira, novo banco se forma ou aumentam os existentes. A realidade é que o rio está quase inviável à navegação. O que o homem e a natureza jogam para dentro, ninguém tira. Avançaram sobre seu leito pela margem leste; entulharam seu fundo, levantando-o. Aos poucos, obras vão eliminando seu “escape” pelo oeste. Mas o volume de água continua considerável, inclusive chegando ao seu leito em maior volume, acelerado pela pavimentação, desmatamento e todas as condições fartamente conhecidas. Senhores, levantem e aumentem o Muro da Mauá… A natureza é previsível!
No geral, nossos imensos espaços aquáticos são vítimas de políticos de pouca visão e de funcionários ineptos Graça uma doutrina de que a natureza é intocável. É o criacionismo da preguiça! A ciência demonstra que a natureza pode ser melhorada pelo homem. A tese da regeneração espontânea só tem destruído o Guaíba e a lagoa dos Patos. O que falta é, no mínimo, o governo estabelecer uma política de contenção dos fluxos de entulhos e remoção dos assoreamentos, além de implementar canais de navegação. O mais impressionante dessa estupidez: dragas que mantém o canal de navegação para navios, em especial na lagoa, não podem remover “para fora” os sedimentos; são obrigadas a espalhá-los nas partes mais fundas. Dá para acreditar?
Desde o século XVIII, se formou considerável acervo de cartas náuticas, com muitas informações, a exemplo das profundidades. Poderiam servir de parâmetros para uma política de salvamento. Parece evidente que, emergencialmente, o núcleo do poder deveria contar com uma espécie de gabinete das águas para assessorá-lo. Todo mundo apita sobre as águas, os cruzamentos e sobreposições de (ir)responsabilidades são incontáveis. A diversidade sem um centro organizador conduz à imobilidade. Um gabinete, ou grupo de trabalho, ao menos poderia iniciar os trabalhos para elaborar um “código” (ou incluindo como parte de algum existente), reunindo a legislação difusa e normas esparsas, sistematizando todas as atividades. Diante do caos das águas do Rio Grande urge que alguém assuma uma concepção de totalidade e se encarregue, de fato, da fiscalização. Onde não for sua responsabilidade e o serviço estiver acéfalo, que o faça sob autorização de convênios, em especial no meio ambiente, pesca, obras e navegação. A Companhia Ambiental da BM parece ser o órgão mais próximo da tarefa por estar presente em todo território.
No entanto, seria ridículo que mais um gabinete de trabalho postergasse as medidas emergenciais. Dentre elas, a de declarar como política de Estado a limpeza de todas as barras das cidades e vilas com vocação náutica. Voltar a situação do século XIX para ter algum parâmetro e não ficar no achismo dos discursos de preservação. Milhares de embarcações, talvez, assim tenham aonde ir. E não se precise de uma cheia para entrar na lagoa do Casamento e ir a foz do rio Palmares, águas que Garibaldi navegou para embarcar os lanchões nos carretões e levá-los até o Atlântico.
As barras limpas abrem a possibilidade dos rio-grandenses se encontrarem com a sua história. Sairmos da vexatória situação de termos um complexo exuberante de águas (Jacuí, Guaíba, lagoas dos Patos e Mirim, etc.) sem portos e sem espaços para navegar. Restam as fotos do pôr do sol…
quinta-feira, 28 de julho de 2011
Um "Vertue" em Florianópolis
sexta-feira, 3 de junho de 2011
De Rio Grande até à Ilha Grande
Navegando de regresso a Pelotas antes da volta do Liscano tem um casinha bem humilde perto da margem e iamos só a vela em proa, passamos pertinho estava sentado a margem um casal novo ela com uma criança de colo, ele me perguntou se tínhamos um pouquinho de açúcar para ceder a eles. Ficamos engasgado só deu para dizer espere...que vamos baixar as velas e chegar ai . Baixamos as velas e ligamos o motor, enquanto eu tentava chegar perto da margem que era baixa a Maria Teresa fez um ranchinho para eles e como o barco ficou afastado um metro deles, o amigo Otaviano alcançou para eles com a ponta do pau de espinaker. Ficaram muito agradecidos e nós muito felizes, com o coração aquecido de poder ajudar. Em um lugar daqueles onde tudo é difícil e que de todas as vezes que passei por lá nunca ninguém me pediu nada, para chegarem a pedir imagino como estariam precisando.
Sei que a Maria Teresa deu até xampu para a moça que ficou louca de contente. Saímos dali com a alma lavada por poder alcançar um pouquinho para quem realmente estava precisando.
É pensando em situações como esta , singelamente comovente, que nos referimos quando associamos o Flotilha a crônicas relativas ao navegar não apenas nas águas e ao vento, mas no tempo, na história, na cultura e nos relatos que cabe cultivar e preservar .
A vela, nestes momentos especiais, torna-se não um fim em si mas um instrumento que propicia, através das águas, o exercício de nossos melhores sentimentos e potencial humano.
fotos Octaviano
sábado, 14 de maio de 2011
Um Bom Abrigo
Dependendo da época do ano um bom passeio é na barra do Rio Grande . Exatamente na enseada da quinta secção da barra, o lugar é muito bonito de dia. A noite nos brinda, uma paisagem perfeita com Tecon trabalhando com tudo iluminado.
A empresa que trabalhou no molhe leste fez um cais bom para o transporte de seus funcionários desde o molhe leste até a quarta secção do lado do Rio Grande , com várias lanchas e embarcações atracando todo o tempo por ali . Agora após a obra ser concluida o cais esta desativado ,com isso podemos atracar ali com segurança e boa profundidade inclusive com uma escada de ferro para tomar banho no verão. Abrigado de ventos de qualquer quadrante sem perigo para o barco ,e sem movimentação de embarcações de pesca pois essas usam o lado em frente sem perigo de manobras com nossa embarcação .
Pensando bem, até acho que o nosso clube poderia viabilizar com quem de direito e manter esse cais que já está pronto como ponto de apoio para os veleiros que navegarem pela região . É mais um abrigo de primeira para os velejadores e ponto turistico para a região .
Costumo velejar conforme os ventos dos findis ,quando tem leste no sábado e nordeste no domingo gosto do bate volta a Pelotas; quando está com nordeste ou leste, todo findi gosto das Capivaras pois dá também um bom abrigo; e nordeste no sábado e ventos do quadrante sul no domingo acho exelente o abrigo da barra.
Ah!... Quantas vezes já sai do beliche quentinho para mudar de posição, ou ter que passar a noite capiando ou controlando a âncora para não perder a posição, hoje em dia quero é ficar no beliche quentinho sem me preocupar com a paulera de vento e chuva castigando o convés. Tem bons passeios pela praia do mar grosso e pela prainha de dentro também, com boas caminhadas conhecer o farol e a atalaia, mais a igreja da barra, o colégio que foi soterrado pelos comôros de areia e tantos outros atrativos como a pesca na santa casa onde o peixe fica abrigado entre os dois molhes de pedra, assistindo os surfistas aproveitando as melhores ondas da região. Ainda tem a caminhada até a ponta dos molhes para ver os leões marinhos descansando nas pedras. Da gosto ver as traineiras adentrando o molhe ou saindo para começarem a pesca em alto mar. Os navios entrando a barra e saindo, uma movimentação sem parar devido a grande tráfego no canal de acesso ao porto, de quebra tem a vila dos pescadores, com padarias e armazéns sortidos e com os mesmos preços da cidade. Pode-se com essas facilidades fazer churrasquinho encima do trapiche com churrasqueiras apropriadas, colocar cadeiras de praia e curtir a noite...com bom violão fica ainda melhor.
Sentar e apreciar a natureza que paz ...só cuidando quando a maré esta baixa...o lado dos pesqueiros tem luz a noite e tomada ,mas do lado deste trapiche é sem luz mas com iluminação própria do barco fica muito bom o lugar .Nos horários de entrada e saida com a água mais cheia é pela manha até o horário de meio dia mas sempre tem muita água para a entrada ao lado da torre eu uso meus wpts que quem entrar por eles não devera ter problemas desde que use o zoom 02 como eu bem encima dos wpts.
.estão com o torre
torre 1 S 32.07.55,4 W 52.05.41,3
torre 2 S 32.07.53,5 W 52.05. 37,8
torre 3 S 32.07. 52,4 W 52.05.30,9
torre 4 S 32.07.58,9 W 52.05.11,3
torre 5 S 32.08.04.1 W 52.04.58,8
torre 6 S 32.08.06,5 W 52.04.51,1
Aproximação aos cais a escolher
Espero contribuir para que mais velejadores aproveitem o abrigo da barra e... bons ventos a todos!
domingo, 8 de maio de 2011
Anotações de uma Navegada
O bom das navegadas é que comecem cedo, ao amanhecer.
É quando podemos zarpar um pouco furtivamente, enquanto o movimento de terra ainda não se manifesta , no caso das cidades o movimento das pessoas e dos automóveis, no caso da natureza, dos próprios animais que, embora madrugadores como as aves, também só aos poucos começam a assomar.
O silêncio de navegar à vela pode ajudar bastante neste sentido.
Mas mesmo com o motor ligado, em marcha lenta, zarpar e ir tomando lentamente o rumo de nosso destino, sempre terá algo que fugindo um pouco ao nosso entendimento fará com com que nos sintamos mais próximos das coisas mais essenciais da vida. Será isto uma dos atrativos que levam os homens a navegar?
No caminho cruzamos com poucos barcos. Muito poucos. A lagoa parece vazia. Em todo o trajeto apenas uns dois barcos de pesca, nenhum veleiro. Ou, então, também por duas vezes, com estas chatas que fazem transporte entre Rio Grande e Porto Alegre.
Na foto uma delas pela qual passamos bem próximos.
Não lembro se acenamos. Creio que sim, mas dentro do barco mal podemos perceber a presença de alguém. Seria um barco fantasma?
O Comandante Portinho fiel à sua formação de velejador não dispensa armar as velas.
Neste momento , ei-lo prestes a subir a mestra.
Pareceu-me um bom momento de fotografá-lo. Chegar na Barra Falsa, embora seja apenas a metade da navegada, é como se fôsse o seu ápice. O lugar, sem dúvida, é uma das referências mais importantes para quem navega na Lagoa dos Patos dividindo esta condição, na costa leste, com o Porto do Barquinho. A entrada, contornando o banco e respeitando os waypoints (*) é feita com cuidado. O cenário é magnífico.
Na foto, ao fundo , os silos do engenho que dão, quando se chega mais próximo, talvez pelo porte e pelo tom gris , uma sugestiva, quase grave , pincelada neste cenário .
No segundo dia de viagem, quando a noite chega estamos entrando no Saco de Tapes.
"O pátio de casa" diz o Comte.Portinho.
Antes disto, nas proximidades do Banco dos Desertores, um susto.
Por questão de poucos metros , no máximo uns dois, não investimos contra uma rede.
Esperando a sua presa, que é o peixe, mas que por pouco não se transforma num veleiro com dois tripulantes.
Já na manhã do dia seguinte, domingo, a calma e a ausência de qualquer movimento nos trapiches do Náutico Tapense, só vão ser interrompidas pela chegada de um ativo funcionário do clube. Quando passo pelo trapiche ele, que se ocupa em tirar água de um bote , pergunta-me a que horas tinha sido nossa chegada. Deduzo que se trata do marinheiro Baiano, na realidade um lourenciano, com quem tínhamos mantido contato por rádio, na véspera, para anunciar a chegada e ter informações sobre a existência de redes. A informação que nos deu foi que dentro do Saco não as havia. A que encontramos, antes dos Desertores, fugia à sua jurisdição e, portanto, à sua responsabilidade. O Baiano está certo, embora a barba bíblica e o controle que demonstra ter sobre tudo que se passa nos trapiches e nas águas daquela região da Lagoa, ele não é onisciente nem é Deus.
(*) Waypoints indicados pelo Comte. Adriel da Silva (King's Son):
FALSA-4 (Passa banco) - S31 33.095' W51 28.506'
FALSA-3 (Entra no canal) - S31 33.388' W51 28.136'
FALSA-2 (No canalete) - S31 33.600' W51 27.995'
FALSA-1 (Dentro, no fundo) - S31 34.333' W51 27.898'
((Coordenadas em graus minutos e minutos - WGS 84))
segunda-feira, 2 de maio de 2011
Dando Passagem aos Veleiros
Para ocasiões "estáticas" ( junto ao ancoradouro) a barca pode acomodar até 100 participantes dependendo das condições e da época do ano.
Olhando a foto imagino até que à sua passagem seja saudada por apitos e manifestações de simpatia.
(Photograph courtesy of Fr William Joseph, London 1999 )
terça-feira, 26 de abril de 2011
Galeria do Flotilha
segunda-feira, 18 de abril de 2011
A vez dos Clássicos
Na foto o veleiro "Aragem", ex- "Brisa"
Projetista: Ernst Retzlaff - Classe Karioca , 1965
sábado, 16 de abril de 2011
Viagem Melancólica
terça-feira, 12 de abril de 2011
Capivaras
sábado, 9 de abril de 2011
Os Temíveis Espigões
POSIÇÕES DAS BÓIAS DENTRO DO RIO JAGUARÃO
NR PONTO DESCRIÇÃO LAT. “S” LONG. “W”
67 BOIA 01E- PEDRAS INICIO ESPIGÕES - 32º36’01,8” -53º18’41,9”
68 BOIA 03E- JAG14 ILHA STA. RITA -SUL - 32º35’48,8” -53º19’17,1”
69 BOIA 05E- JAG13 ILHA STA. RITA -NORTE -32º35’28,1” -53º19’43,0”
70 BOIA 07E- JAG12 VOLTA VARGAS (PEDRA) - 32º35’15,2” -53º19’52,0”
71 BOIA 02V- JAG11 VOLTA VARGAS - 32º35’02,9” -53º20’02,0”
72 BOIA 04V- JAG10 VOLTA VARGAS - 32º34’59,7” -53º20’13,3”
73 BOIA 06V- JAG09 ILHA NOVA - 32º35’18,7” -53º20’31,7”
74 BOIA 09E- JAG08 VOLTA PERIQUITO - 32º35’31,6” -53º20’’46,0”
75 BOIA 11E- JAG07 VOLTA PERIQUITO - 32º35’35,3” -53º20’57,5”
76 BOIA 13E- JAG06 VOLTA PERIQUITO 32º35’33,6” -53º21’11,2”
77 BOIA 15E- JAG05 VOLTA PERIQUITO - 32º35’20,3” -53º21’29,7”
78 BOIA 17E- JAG04 ILHA SETE - SUL - 32º35’00,7” -53º21’35,0”
79 BOIA 19E- JAG03 ILHA SETE - NORTE - 32º34’46,3” -53º21’42,8”
80 BOIA 21E- JAG02 JACINTO - 32º34’32,4” -53º21’57,1”
81 BOIA 23E- JAG01 IATE CLUBE JAGUARAO - 32º34’24,4” -53º22’06,8”
DATUM WGS84
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Mangrulhos do Sangradouro
WGS 1984
w,dm,Mang1,-32 09.21918',-52 38.23884',Mang1 submerso
w,dm,SAN-2C,-32 12.21666',-52 40.46730',Estaca
w,dm,SAN-2B,-32 11.70054',-52 40.24218',Estaca
w,dm,SAN-2F,-32 13.24410',-52 40.89366',Estaca
w,dm,SAN-1E,-32 10.43808',-52 39.44040',Estaca
w,dm,Mang2,-32 10.90686',-52 39.91026',Mangrulho 2
w,dm,SAN-1D,-32 10.03008',-52 39.04590',Estaca
w,dm,Mang3,-32 14.04696',-52 41.18400',Mangrulho 3
quarta-feira, 30 de março de 2011
Encontro da Vela 2011
terça-feira, 22 de março de 2011
São Lourenço, a semana seguinte
A mesma sorte não teve o veleiro Aragano ( foto a seguir) que permanece encima do barranco com o mastro quebrado. Os veleiros Horos e Carumbé não foram encontrados e o Ringo, embora encontrado , tem um resgate dificil e muitos estragos.
Por outro lado, na margem oposta do arroio, onde estão localizados os estaleiros, talvez se possa dizer que os prejuízos foram ainda maiores pois implicou na perda, além de embarcações, também de equipamentos e matéria prima, paralisando as atividades de construção naval e de pesca. Na foto, em que se vê uma embarcação que foi jogada em terra, cena da atividade de limpeza e recuperação de equipamentos.
Mas das inúmeras marcas que a enxurrada deixou em sua passagem, talvez nenhuma se mostre tão exemplar da violência do fenômeno quanto o valo que abriu na praia da Barrinha. Segundo a versão de alguns moradores as águas teriam retomado um antigo curso anteriormente existente.
Mas a corajosa São Lourenço, berço de tantos navegadores, refazendo-se do choque, apresenta por todos os lados sinais de retomada das atividades normais. O bote de pescadores rumando na direção da barra para sair na lagoa, parece-me uma imagem bem apropriada para dar uma idéia desta superação.