Navegar até Jaguarão se constitui, especialmente para os velejadores que vem de Porto Alegre ou Tapes, uma espécie de batismo de longo curso. Podem ser vários dias de navegada que tem, entre outros atrativos, o significado de entrar na Mirim. Não é, no entanto, em todas as ocasiões que se torna tão visível quanto agora num período de estiagem o real significado, em termos de risco, dos temíveis espigões. São inúmeros os acidentes ocorridos com barcos cujos capitães se descuidaram de evitá-los o que exige, quando ficam encobertos, muita atenção. A foto, enviada ao Flotilha pelo Comte. Couto, dá bem uma idéia do que nos referimos, idéia que só através do gps não podemos captar tão vívidamente. Aproveitamos e repassamos os waypoints enviados pelo Comte.Couto que esclarece se tratarem dos que usava para recolocar as boias no lugar depois de cada enchente até terem, na última, desaparecido todas à exceção de uma única.
POSIÇÕES DAS BÓIAS DENTRO DO RIO JAGUARÃO
NR PONTO DESCRIÇÃO LAT. “S” LONG. “W”
67 BOIA 01E- PEDRAS INICIO ESPIGÕES - 32º36’01,8” -53º18’41,9”
68 BOIA 03E- JAG14 ILHA STA. RITA -SUL - 32º35’48,8” -53º19’17,1”
69 BOIA 05E- JAG13 ILHA STA. RITA -NORTE -32º35’28,1” -53º19’43,0”
70 BOIA 07E- JAG12 VOLTA VARGAS (PEDRA) - 32º35’15,2” -53º19’52,0”
71 BOIA 02V- JAG11 VOLTA VARGAS - 32º35’02,9” -53º20’02,0”
72 BOIA 04V- JAG10 VOLTA VARGAS - 32º34’59,7” -53º20’13,3”
73 BOIA 06V- JAG09 ILHA NOVA - 32º35’18,7” -53º20’31,7”
74 BOIA 09E- JAG08 VOLTA PERIQUITO - 32º35’31,6” -53º20’’46,0”
75 BOIA 11E- JAG07 VOLTA PERIQUITO - 32º35’35,3” -53º20’57,5”
76 BOIA 13E- JAG06 VOLTA PERIQUITO 32º35’33,6” -53º21’11,2”
77 BOIA 15E- JAG05 VOLTA PERIQUITO - 32º35’20,3” -53º21’29,7”
78 BOIA 17E- JAG04 ILHA SETE - SUL - 32º35’00,7” -53º21’35,0”
79 BOIA 19E- JAG03 ILHA SETE - NORTE - 32º34’46,3” -53º21’42,8”
80 BOIA 21E- JAG02 JACINTO - 32º34’32,4” -53º21’57,1”
81 BOIA 23E- JAG01 IATE CLUBE JAGUARAO - 32º34’24,4” -53º22’06,8”
DATUM WGS84
Os espigões são temidos pelos navegadores porém são de vital importância para o funcionamento do rio ou sua recuperação pois preservam as margens, acumulando à si o sendimento fluvial garantindo a navegação em seu curso. Logo, evitam que onerosos e cu$tosos processos de dragagem sejam executados - o rio Jaguarão não é dragado à mais de trinta anos). Em locais de navegação restrita, 'estudar' a carta de navegação (quando estiver) é fundamental.
ResponderExcluirSaudações marinheiras.
Pedro L. Martins
A observação é perfeita, os espigões representam uma obra de engenharia, muito antiga, fundamental para a navegação no Rio Jaguarão. Mas que deixam os navegadores de cabelo em pé, isto deixam, até por não terem neste momento sinalização visual, um descuido e o estrago está feito...
ResponderExcluirEm nível de ilustração, transcrevemos trecho de livro intitulado Navegação - A história do transporte hidroviário interior no RS, que se refere aos espigões existentes no Rio Jaguarão. "Nas décadas de 1940/1950, o governo voltou a realizar melhoramentos fluviais no Rio Jaguarão, ao longo dos 30 km entre a foz e a cidade de Jaguarão, consistindo na construção de 66 espigões e 5 guias correntes, com a finalidade de concentrar a corrente, e assim garantir uma melhor profundidade do canal". Em síntese, a citada obra foi executada à mais de 60 anos sendo que até o presente cumpre seu dever. Realmente, uma olhada mais prolongada à margem, o estrago está feito. Muita cautela por estas águas.
ResponderExcluirJoão Luís, ótima contribuição.Por acaso és jaguarense? Quanto ao livro que mencionas, "Navegação - A história do transporte hidroviário interior no RS", tens conhecimento do nome do autor? Parece ser um livro bem interessante.
ResponderExcluirEm relação, ao livro "Navegação - A história do transporte hidroviário interior no RS", o mesmo possui como autores os Srs. Manoel Ramalho Campêlo e Paulo Antônio Dutra Duhá. O primeiro é procurador do SINDARSUL, membro do conselho superior da SPH e conselheiro do CAP do Porto de Pelotas. O segundo é consultor técnico da ABTP. A 1º edição do livro ocorreu em 2009 (anexo, capa ilustrativa).
ResponderExcluirPara entusiatas sobre o tema, se trata de interessantíssima literatura, sem dúvida alguma. Descreve historicamente até os dias de hoje a vital importância que o transporte hidroviário deteve, detém e irá deter no desenvolvimento de nosso estado. Acreditamos que grande parte do povo gaúcho conhece apenas o 'lado do cavalo' como impulsionador no desenvolvimento das cidades sendo que desconhecem as grandes batalhas navais que existiram em nossas águas. Não iremos longe, em 1836, no Passo dos Negros, atual centro de treinamento da Brigada Militiar, se travou sangrenta batalha onde se utilizou o primeiro vaso de guerra a vapor em águas brasileiras.
De modo silencioso acompanho faz algum tempo o Flotilha e atividades relacionadas. Em nível de curiosidade, como andam as atividades em relação ao rebocador Silveira Martins?
Conheço o Ramalho, justamente das
ResponderExcluirreuniões do CAP das quais participei por um bom tempo.
Quanto à tua curiosidade sobre o Silveira Martins é com tristeza que tenho, hoje,que admitir que a luta se tornou desproporcional e o navio, nas mãos do governo do Estado ao qual pertence, se tornou praticamente irrecuperável.
Resta-me o consolo de ter reunido
bastante material que poderá servir
para a publicação de um livro que
registre pelo menos um pouco de sua
história e desta luta.
Li os comentários sobre os espigões. Me assustam mais quando não os vejo. Ainda bem que hoje temos o GPS; já pensaste como devia ser antes? Que sufoco !
ResponderExcluirFiquei me lembrando da noite em que, a bordo do "Relax", chegamos no Iate Clube e o Comte.Couto dizia pelo rádio: " mirem na direção da torre da igreja". Acontece que o Comte.Couto já tem os waypoints do Rio Jaguarão gravados na memória...
ResponderExcluirSem dúvida, comentários e contribuições são de grande valia para o enriquecimento do Flotilha.
ResponderExcluirEm relação ao Silveira Martins, descrevemos ser impressionamente a incapacidade do Estado em gerenciar e explorar economicamente seu passivo. Em nível de exemplificação, na cidade do Rio de Janeiro, existe um ex-rebocador que realiza atividades turísticas pela Baía da Guanabara. Em tempo, é possível compartilhar o propósito que contempla o projeto do Silveira Martins? Atividades de lazer? Turísticas? Resgatar e divulgar a mentalidade náutica em âmbito local ou regional?
Primeiro os cumprimentos pelo Flotilha, que cada vez mais vem enriquecer nosso conhecimento a respeito das águas por onde navegamos. Parabéns.
ResponderExcluirQuanto aos "temíveis espigões" penso que tudo que aqui foi colocado tem fundamento uma vez que realmente esses cordões de pedra tem o objetivo de marter o canal de navegação livre. Porém em alguns pontos, por exemplo a volta do periquito, está completamente assoreado, claro que 30 anos sem dragagem é bastante tempo. Aí fica a dúvida se o custo benefício, funcionamento x medo de acidente, vale a pena.
Depois de GPS ficou mais fácil, o negócio é wpts confiáveis, um pouco de cuidado e não bola pra frente.
Boas navegadas
Um abraço
Comte.Couto, tu és sem dúvida autoridade no assunto,deves fazer este trajeto, do clube até a barra do Rio Jaguarão, de olhos fechados. Mas dentro deste tópico surgiu, na navegada com o Relax até Tapes,o aspecto do possível paulatino desaparecimento das referências visuais ( bóias, mangrulhos, etc.)pelo crescente emprego da navegação eletrônica.Que implicações este fato, pelo que se observa bem evidente, pode trazer? Um bom ponto para discussão.
ResponderExcluirQueria fazer uma pequena correção em meu comentário. Onde se lê "não bola pra frente" na realidade queria dizer "bola pra frente". Obrigado.
ResponderExcluirhttp://www.gentedeopiniao.com.br/lerConteudo.php?news=141429
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