sábado, 14 de maio de 2011

Um Bom Abrigo

Transcrevo,na íntegra, relato enviado pelo flotilhense Newton Ribeiro, comandante do Colibri. Uma contribuição, sem dúvida, importante para os que procuram opções de navegadas.

Dependendo da época do ano um bom passeio é na barra do Rio Grande . Exatamente na enseada da quinta secção da barra, o lugar é muito bonito de dia. A noite nos brinda, uma paisagem perfeita com Tecon trabalhando com tudo iluminado.
A empresa que trabalhou no molhe leste fez um cais bom para o transporte de seus funcionários desde o molhe leste até a quarta secção do lado do Rio Grande , com várias lanchas e embarcações atracando todo o tempo por ali . Agora após a obra ser concluida o cais esta desativado ,com isso podemos atracar ali com segurança e boa profundidade inclusive com uma escada de ferro para tomar banho no verão. Abrigado de ventos de qualquer quadrante sem perigo para o barco ,e sem movimentação de embarcações de pesca pois essas usam o lado em frente sem perigo de manobras com nossa embarcação .
Pensando bem, até acho que o nosso clube poderia viabilizar com quem de direito e manter esse cais que já está pronto como ponto de apoio para os veleiros que navegarem pela região . É mais um abrigo de primeira para os velejadores e ponto turistico para a região .
Costumo velejar conforme os ventos dos findis ,quando tem leste no sábado e nordeste no domingo gosto do bate volta a Pelotas; quando está com nordeste ou leste, todo findi gosto das Capivaras pois dá também um bom abrigo; e nordeste no sábado e ventos do quadrante sul no domingo acho exelente o abrigo da barra.
Ah!... Quantas vezes já sai do beliche quentinho para mudar de posição, ou ter que passar a noite capiando ou controlando a âncora para não perder a posição, hoje em dia quero é ficar no beliche quentinho sem me preocupar com a paulera de vento e chuva castigando o convés. Tem bons passeios pela praia do mar grosso e pela prainha de dentro também, com boas caminhadas conhecer o farol e a atalaia, mais a igreja da barra, o colégio que foi soterrado pelos comôros de areia e tantos outros atrativos como a pesca na santa casa onde o peixe fica abrigado entre os dois molhes de pedra, assistindo os surfistas aproveitando as melhores ondas da região. Ainda tem a caminhada até a ponta dos molhes para ver os leões marinhos descansando nas pedras. Da gosto ver as traineiras adentrando o molhe ou saindo para começarem a pesca em alto mar. Os navios entrando a barra e saindo, uma movimentação sem parar devido a grande tráfego no canal de acesso ao porto, de quebra tem a vila dos pescadores, com padarias e armazéns sortidos e com os mesmos preços da cidade. Pode-se com essas facilidades fazer churrasquinho encima do trapiche com churrasqueiras apropriadas, colocar cadeiras de praia e curtir a noite...com bom violão fica ainda melhor.
Sentar e apreciar a natureza que paz ...só cuidando quando a maré esta baixa...o lado dos pesqueiros tem luz a noite e tomada ,mas do lado deste trapiche é sem luz mas com iluminação própria do barco fica muito bom o lugar .Nos horários de entrada e saida com a água mais cheia é pela manha até o horário de meio dia mas sempre tem muita água para a entrada ao lado da torre eu uso meus wpts que quem entrar por eles não devera ter problemas desde que use o zoom 02 como eu bem encima dos wpts.
.estão com o torre
torre 1 S 32.07.55,4 W 52.05.41,3
torre 2 S 32.07.53,5 W 52.05. 37,8
torre 3 S 32.07. 52,4 W 52.05.30,9
torre 4 S 32.07.58,9 W 52.05.11,3
torre 5 S 32.08.04.1 W 52.04.58,8
torre 6 S 32.08.06,5 W 52.04.51,1
Aproximação aos cais a escolher
Espero contribuir para que mais velejadores aproveitem o abrigo da barra e... bons ventos a todos!

domingo, 8 de maio de 2011

Anotações de uma Navegada

Saímos de Pelotas, a bordo do Relax, rumo a Tapes tendo como um dos objetivos levar o veleiro de volta. De minha parte tenho especial interesse em voltar à Barra Falsa onde só estivera uma única vez, há uns bons anos, trazendo o veleiro Vega, com o Pepe ao comando. Sem gps cabe salientar.

O bom das navegadas é que comecem cedo, ao amanhecer.
É quando podemos zarpar um pouco furtivamente, enquanto o movimento de terra ainda não se manifesta , no caso das cidades o movimento das pessoas e dos automóveis, no caso da natureza, dos próprios animais que, embora madrugadores como as aves, também só aos poucos começam a assomar.
O silêncio de navegar à vela pode ajudar bastante neste sentido.
Mas mesmo com o motor ligado, em marcha lenta, zarpar e ir tomando lentamente o rumo de nosso destino, sempre terá algo que fugindo um pouco ao nosso entendimento fará com com que nos sintamos mais próximos das coisas mais essenciais da vida. Será isto uma dos atrativos que levam os homens a navegar?

No caminho cruzamos com poucos barcos. Muito poucos. A lagoa parece vazia. Em todo o trajeto apenas uns dois barcos de pesca, nenhum veleiro. Ou, então, também por duas vezes, com estas chatas que fazem transporte entre Rio Grande e Porto Alegre.
Na foto uma delas pela qual passamos bem próximos.
Não lembro se acenamos. Creio que sim, mas dentro do barco mal podemos perceber a presença de alguém. Seria um barco fantasma?

O Comandante Portinho fiel à sua formação de velejador não dispensa armar as velas.
Neste momento , ei-lo prestes a subir a mestra.
Pareceu-me um bom momento de fotografá-lo. Chegar na Barra Falsa, embora seja apenas a metade da navegada, é como se fôsse o seu ápice. O lugar, sem dúvida, é uma das referências mais importantes para quem navega na Lagoa dos Patos dividindo esta condição, na costa leste, com o Porto do Barquinho. A entrada, contornando o banco e respeitando os waypoints (*) é feita com cuidado. O cenário é magnífico.
Na foto, ao fundo , os silos do engenho que dão, quando se chega mais próximo, talvez pelo porte e pelo tom gris , uma sugestiva, quase grave , pincelada neste cenário .

No segundo dia de viagem, quando a noite chega estamos entrando no Saco de Tapes.
"O pátio de casa" diz o Comte.Portinho.
Antes disto, nas proximidades do Banco dos Desertores, um susto.
Por questão de poucos metros , no máximo uns dois, não investimos contra uma rede.
Esperando a sua presa, que é o peixe, mas que por pouco não se transforma num veleiro com dois tripulantes.

Já na manhã do dia seguinte, domingo, a calma e a ausência de qualquer movimento nos trapiches do Náutico Tapense, só vão ser interrompidas pela chegada de um ativo funcionário do clube. Quando passo pelo trapiche ele, que se ocupa em tirar água de um bote , pergunta-me a que horas tinha sido nossa chegada. Deduzo que se trata do marinheiro Baiano, na realidade um lourenciano, com quem tínhamos mantido contato por rádio, na véspera, para anunciar a chegada e ter informações sobre a existência de redes. A informação que nos deu foi que dentro do Saco não as havia. A que encontramos, antes dos Desertores, fugia à sua jurisdição e, portanto, à sua responsabilidade. O Baiano está certo, embora a barba bíblica e o controle que demonstra ter sobre tudo que se passa nos trapiches e nas águas daquela região da Lagoa, ele não é onisciente nem é Deus.
(*) Waypoints indicados pelo Comte. Adriel da Silva (King's Son):
FALSA-4 (Passa banco) - S31 33.095' W51 28.506'
FALSA-3 (Entra no canal) - S31 33.388' W51 28.136'
FALSA-2 (No canalete) - S31 33.600' W51 27.995'
FALSA-1 (Dentro, no fundo) - S31 34.333' W51 27.898'
((Coordenadas em graus minutos e minutos - WGS 84))

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Dando Passagem aos Veleiros

Enquanto na região sul volta e meia nos deparamos com a ponte ferroviária elevadiça sobre o Canal São Gonçalo interditada , é reconfortador presenciar como a ponte da Torre de Londres, sobre o rio Tâmisa, abre-se para a passagem de um embarcação a vela. Trata-se de Lady Daphne, uma das tradicionais Thames Barges em atividade, normalmente de natureza turística, que pode embarcar 54 passageiros e 3 tripulantes (57 no total).
Para ocasiões "estáticas" ( junto ao ancoradouro) a barca pode acomodar até 100 participantes dependendo das condições e da época do ano.
Olhando a foto imagino até que à sua passagem seja saudada por apitos e manifestações de simpatia.
(Photograph courtesy of Fr William Joseph, London 1999 )