foto Gwendal Denis |
"Não estou em uma regata, posso parar e, afinal, logo ali tem picanha e cerveja gelada. Então mudei o rumo e fui direto para a barra do Rio Grande"
Izabel Pimentel, Rio Grande 17/02/2012
A entrada de Izabel em Rio Grande não estava programada.
Subindo a costa do Atlântico Sul, depois de cruzar o Cabo Horn ("ele me deixou passar") e fazer uma escala em Ushuaia, onde teve condigna recepção (assim como teria em Puerto Madryn que se prontificou a abrigá-la) já se encontrava na altura de Rio Grande quando decidiu entrar.
Foi a oportunidade de encontrá-la e sentir pessoalmente a grande energia, beleza e simpatia que transmite.
Levo-lhe as boas vindas do Flotilha.com e da ADAN e um exemplar de "Travessia de uma Mulher" para autografar.
Conversamos sobre várias coisas, da navegação, das conquistas, das dificuldades, dos planos, dos amores, sem deixar de lado, evidentemente, comentários sobre Ellen, Feijão e felinos, incluindo Sueto, que cruzaram em sua vida.
Isto se dá de forma extremamente descontraída e com a naturalidade e atenção que dá à conversa ( atenção que concede, pode-se perceber, a todos indistintamente) quase esquecemos que atravessou os oceanos Atlântico, Indico e Pacífico antes de retornar ao oceano Atlântico passando pelo cabo Horn. Teria feito, certamente, esta empreitada, em solitário, sem escala, não fora a capotagem, quando se aproximava pela primeira vez do Cabo Horn, já com 153 dias de navegação, que a levou a permanecer na Ilha da Páscoa.
Na foto estamos a bordo do veleiro Laboiteuse, no qual convivem Gwendal Denis, o comandante que nos cede o cockpit pois o Don passava por reparos, e Touline, este último um outro felino muito bem ambientado com a vida no mar e que vem acompanhar a conversa.
Quando me despeço pergunto a Izabel quando pretendia sair. Responde que não no dia seguinte por ser sexta-feira.
No sábado, no entanto, já está zarpando.
Em São Francisco é aguardada com uma recepção, da qual Jackie Goulart participa, oferecida pela Associação de Canoa a Vela da Costa da Lagoa e Museu Nacional do Mar
De minha parte saio de Rio Grande com a sensação de que o Brasil( e por que não dizer, a Argentina, a América Latina, o mundo?) ganhou para a vela de grande croisière uma representante que, definitivamente, pela sua coragem e pelo seu jeito tão próprio e tão feminino de viver sua aventura, já entrou para a história de nossa navegação.
Saída de Rio Grande - foto Gwendal Denis |
Olha só o encontro dos 'gatistas' náuticos! Pena você não poder vir a São Fco. do Sul. caro Paulo.
ResponderExcluirGrande abraço, Jackie
Estava até pensando em ir, mas a entrada inesperada da Izabel em Rio Grande mudou os planos. Foi um privilégio encontrá-la tão descontraída dando um tempo para acertar algumas coisas no barco e retomar o rumo para São Francisco.
ResponderExcluir