sábado, 29 de novembro de 2008

Outro mastro quebrado

O Squallus ( na foto velejando calmamente ao largos dos molhes da barra) é um Microracer 19 que, na "brisa" de 48 nós do vendaval quebrou o mastro. Eis o relato do comandante Oberdan:
"Caro Paulo, este é o relato do que aconteceu no dia 8 de novembro de 2008. Eu sabia que ia entrar vento forte de sul, queria voltar surfando fui até o TECON e entrei no saco do pescador.
No fundo do saco do pescador estavam o Colibri, o Libertad e o Nonô com o Malacara2. Estava muito abafado sem vento nenhum, o meu plano era tirar uma siesta antes de retornar mas ia cozinhar dentro do barco.
Resolvi retornar para o clube, encalhei na saída do saco antes da torre de energia elétrica por falta de vento ( a correnteza já tinha virado estava de enchente e bem forte).
Levantei a bolina e desencalhei, mas não baixei toda.
Quando cheguei no meio do canal e coloquei o barco em popa, entrou uma rajada bem forte que fêz o barco orçar o leme não obedecia.
Seguindo o meu critério (depois do segundo cavalo de pau eu baixo a genôa) fui baixar a genôa, aproei o barco e soltei o cabo. O vento estava tão forte que a vela não descia, fui até a proa sentei no chão e comecei a baixar a vela.
O barco começou a orçar e virou, não tive tempo de fazer nada.
A bolina correu para dentro e fêz o barco virar com o mastro para baixo.
Os pescadores que estavam entrando fugindo do temporal me socorreram em massa, tinha uns seis barcos ajudando, me levaram para o raso e desviraram o barco; foi uma briga para tirar a água de dentro porque minha popa é aberta.Na rajada vinha uma areia que ardia a pele.
Depois de fazer flutuar novamente me rebocaram para o clube e ainda foram resgatar o Omega, um marreco que estava sem vela e sem motor ancorado em frente ao cemitério do Norte,.
A solidariedade dos pescadores é impressionante, tinha desde guris a velhos dentro a água ajudando, ninguém cobrou nada.
Quando estávamos retornando já com o barco seco por dentro, eu começei a tremer de frio, (aquele calafrio que não dá para evitar , depois de algumas horas molhado) , o pescador que estava me ajudando resolveu me emprestar o blusão, por mais que eu insistisse que não precisava ele tirou e me fez colocar.
É um contraste muito grande porque eu não sei se faria por eles o que fizeram por mim, ainda me convidaram para ir na casa deles que seria muito bem vindo.
Assim que voltar a navegar vou procurá-los e marcar um churrasco por minha conta para agradecer.
No dia seguinte quando estava no clube desmontando o barco começaram a chegar os barcos que ficaram abrigados em São José do Norte. O Aúreo e o Fossati no Linha Neutra, o Euclides no Omega, o Menezes no Nautilus e outros...
Mas felizmente entre mortos e feridos salvaram-se todos."

Um comentário:

  1. Que brisa, heim. Sabe que faz horas que quero colocar uma trava de bolina. Se ele tivesse, teria desvirado (acho).

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