domingo, 26 de agosto de 2012

De Porto Alegre ao Porto de Estrela

Ponte de Barretos 

 Depois de uma semana agitada ,em que recebemos a visita de familiares, amigos e acertar umas buchinhas na reversão para sair o barulho da mesma, resolvemos ir a Estrela e Lajeado, duas cidades separadas por uma ponte .
Convidamos um casal de amigos para nos acompanhar, o Octaviano e a Zélia sua mulher, que teria que começar a trabalhar na outra semana. Neste caso, então ela poderia fazer o trajeto de ida, e voltar de ônibus para Rio Grande quando chegassemos a  Estrêla. Acertamos isso  na segunda-feira, e eles saíram de ônibus de Rio Grande na terça a tarde, chegando a noitinha no Iate Clube Guaíba, com chuva e vento.

Na quarta-feira amanheceu bonito, ai aproveitamos,   fomos as compras e colocamos  combustível para a viagem. A tarde ficaria pronto as buchas da reversão, beleza... montamos tudo, terminamos às vinte horas, para sairmos no outro dia de manhã rumo a São Jerônimo, primeira etapa da viagem . Tudo acertado, saimos por volta das oito horas numa bela manhã, passando pela Usina do Gasômetro, e pegando o rio Jacui, passando por baixo da ponte que liga a zona sul a capital. Ali tem casas muito bonitas, nas margens do rio, passamos depois pelo terminal Santa Clara, onde os navios tem um canal longo a percorrer. Seguimos serpenteando no meio das ilhas .A meia tarde passamos pela Penitenciária de Segurança maxima de Charqueadas, e a tardinha chegamos a São Jerônimo. A cidade muito pitoresca e aconchegante, com seu Iate Clube amigo e hosptialeiro, no comando do Sr. Darci cmte de uma linda lancha. Conversamos e tiramos fotos, fizemos belas amizades além da presteza do seu Cardinho, um funcionário do clube.
Barragem Bom Retiro

Na sexta feira saimos de São Jerônimo sempre com ventinho de proa, e muito calmeiro. Seguimos sempre a motor... dali pegamos o rio Taquari e seguimos em frente. A cidade de Triunfo fica em frente a São Jerônimo, com travessia a toda hora. Cidade também linda de se olhar do rio. Passamos por General Câmara, onde tem um estaleiro,  por Barretos com uma ponte de ferro onde começa as boias demarcando o canal, embora seja fundo até a barranca do rio .
Passamos pela cidade de Taquari, onde tem estaleiros e terminais de grãos; cidade voltada para o rio e com uma balsa, que atravessa os carros que por ali passam. A correnteza no rio é muito forte... pois sabendo que estaríamos a umas cinco milhas e meia, teve lugar que chegamos a andar em uma milha de velocidade tamanha a correnteza. Anoitecemos chegando a ponte da cidade de Mariante, encostamos para o pitstop do Pingo, amarramos numa árvore e dormimos ali mesmo .

Sábado amanheceu, e seguimos em frente... passamos por baixo da ponte e seguimos o serpenteado do rio, pelos meios dos vales. Muito bonita a paisagem, a gente não cansa de apreciar cada detalhe, a natureza realmente nos surpreende e nos premia. 

Chegando a barragem de Bom Retiro do Sul, por volta de doze e trinta,  falamos por rádio com seu Luiz, ele nos mandou entrar direto. Embora a passagem de embarcações comuns seja das 8 h as 8:30 e dás 18:00 as 18:30.Agradecemos a cortezia  e entramos amarramos no cabeço flutuante e subimos até encima direto, sem problemas. Depois de estar lá encima, experimentamos através de um cabo de proa e um de popa, ver a altura do mastro. Vimos que faltava uns quarenta centímetros de altura, para o mastro passar. Seu Luiz lá de cima nos disse que não passava, mas eu já tinha pensado nessa possibilidade... ai foi fácil: coloquei o pau de spinaker com o amantilho, mais a adriça do balão e um cabo de segurança.  

O Octaviano foi de cadeirinha fazer peso, mais a tripulação na borda  com o reforço de um amigo,que chegou e que estava de passagem por ali; ele perguntou da onde éramos ; respondi que de Rio Grande. Ai ele falou que conheceu um pessoal há alguns anos atrás vindo de Rio Grande... bom.. lembrei dele, era o Roque disse então  que fora eu mesma que estivera ali...O que a idade faz com a gente!!! ele então já nos convidou para comermos um churrasco na casa dele. Bem a manobra foi dez, passamos com o mastro na conta... a antena do vhf entortou para trás... mas tudo bem, seguiu falando .Depois de passar a barragem seguimos até o porto do Roque que fica a umas cinco milhas da cidade.Passamos o resto da tarde ali, com aquele pessoal muito hospitaleiros, dormimos ali no portinho, e no domingo seguimos viagem, pois a Zélia tinha que pegar o ônibus para Porto Alegre e em seguida para Rio Grande.
Passamos por Cruzeiro do Sul antes de chegar a Estrela e Lajeado. Quando chegamos no porto de Estrêla estava descarregando a chata Trevo Roxo, e atracamos no contrabordo.Um pessoal muito amavel nos ofereceram  para ficarmos ali mesmo .

A Zélia foi com o Octaviano pegar o ônibus, e nós ficamos por ali mesmo confraternizando com a tripulação do Trevo Roxo. Passamos o resto da tarde ali, e a noite tivemos que passar para a popa, devido ao grande número de árvores que vinham na correnteza e nos batiam .
Na segunda feira o Colibri começou seu retorno a Porto alegre, depois de atingir seu objetivo com exito.Agora era descer a ribanceira com correnteza a favor, com muita velocidade. Saímos de Estrela por volta das 8 horas, e chegamos ao portinho do Roque para nos despedirmos do pessoal. Seguindo em frente até a barragem de Bom Retiro do Sul.
 Ao chegar a barragem tinha no cais, duas chatas. Quando encostamos no cais vieram olhar o barco e eu mais que rápido os convidei brincando...para dar uma voltinha mesmo que pequena.Fizemos a mesma manobra que na vinda, agora com mais gente para adernar o barco. Um deles disse-me que tinha medo de água. Então ficou olhando do cais para ver se o mastro não pegava na barragem. Dito e feito passamos sem problemas.Encostamos de novo e fomos almoçar.
 Quando chegou seu Luiz, brincou comigo dizendo que não tinha buzinado para eu passar e que tinha que dar volta...sorria de orelha a orelha, e eu disse:Pelo amor de Deus, nem que a vaca tussa...ahahahah.Deu-me umas dicas para sair da barragem, que saisse com velocidade e que levaria uma "bofetada" por boreste, sem problemas... o Colibri sacudiu, mas não perdeu o rumo.Saímos da barragem andando a 8 milhas na lenta, andando muito com algumas boias submersas vindo a tona só sua ponta.
 Chegando a ponte de Mariante, passamos de ré, pois qualquer coisa que pegasse no mastro sairíamos contra a correnteza. Entre Mariante e a cidade de Taquari batemos numa bóia submersa fora de posição. A princípio não houve nada, depois da cidade de Taquari, perto de Barretos, percebemos água no casco.Entramos de proa na barranca, amarramos o Colibri numa ávore e fomos esgotar para ver por onde entrava. Descoberto o local, colocamos sabão e fomos descansar. Dormimos ali mesmo e no outro dia chegamos a São Jerônimo, na qual cobrimos o local com massa de poliester.
 Tivemos no Iate clube de São Jerônimo, a grata, satisfação de participar de um jantar das quartas-feiras, com o pessoal do clube, onde fizemos novos amigos. Pela manhã saímos rumo a Porto Alegre, chegando a meia tarde no Iate Clube Guaíba, reabastecemos de água, e no outro dia, seguimos rumo ao Iate Clube Itapuã. Passamos por dentro da Chico Manoel e dali direto ao Clube Naútico Itapuã.
 Sábado amanheceu feio e ventoso, e teríamos uma previsão para podermos navegar só na segunda-feira, portanto o tripulante Otaviano decidiu, no domingo retornar para Rio Grande de ônibus, ficando a bordo a tripulação original.
 Domingo curtimos Itapuã, uma cidade encantadora, com suas belezas naturais, além do mais tivemos a visita da Crok Crok, a garça mascote do CNI, que segundo eles esta "chocando"  seus ovos. Veio em busca de peixe fresco.Neste clima de paz que nos preparamos para realizar,  a útima etapa da nossa viagem, atravessia da Lagoa, Itapuã a Rio Grande.A todos  recomendamos conhecer este pitoresco lugar, a Linda Itapuã, seja por terra ou por mar.Abraços ao amigos de Itapuã e Bons Ventos a todos!

Newton e Tete 

Um comentário:

  1. O Cmte.Newton do veleiro "Colibri" segue enriquecendo a nossa literatura náutica com interessantes relatos de suas "expedições" pelos mais diversos recantos de nossas lagoas e cursos navegáveis. Outros já estão a caminho...

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