terça-feira, 1 de maio de 2012

A VOR em Itajaí


"Abu Dhabi" sendo retirado da água                             (foto Giacomo Orlando)
 Sob vários aspectos a etapa de Itajaí da Volvo Ocean Race ( 2011-2012) apresenta-se como um evento de grande porte que atingiu um elevado nível de êxito. Os números divulgados parecem evidenciar  este aspecto . Durante os 19 dias de realização do evento, os sensores eletrônicos da Vila da Regata contabilizaram o total de 281.420 visitantes, quase o dobro das 150 mil pessoas que eram esperadas antes do início das atividades. De sexta a domingo (20 a 22), quando aconteceram duas regatas e a largada das equipes, 84 mil pessoas estiveram na Vila da Regata. O sábado, 22, quando foi realizada a Regata do Porto de Itajaí, foi o dia com o maior número de visitação. Desse total, pode-se somar as mais de 50 mil pessoas que assistiram as provas dos molhes e das praias, segundo estimativas da Polícia Militar da cidade. No total, 331.420 pessoas acompanharam a parada da Volvo Ocean Race em Itajaí.
Além de incentivar o comércio e o ramo hoteleiro da cidade, os organizadores da Itajaí Stopover e autoridades da cidade comemoram a recuperação da tradição náutica do município, além de parabenizarem todos os moradores da cidade pelo envolvimento na realização do evento.
Saída dos Veleiros para a Regata In-Port                    (foto Giacomo Orlando) 
Estes números, sem dúvida significativos, necessitariam, no entanto, ser melhor detalhados. Sabe-se que os visitantes, a grande maioria de Itajai, compareciam ao centro mais de uma vez. Dentre eles um número expressivo constituído por alunos de escolas primárias e secundárias. Seria necessário, também, dimensionar o exato impacto do evento na economia local. Alguns hotéis, centrais e próximos ao local do evento, mantinham baixa ocupação contrariamente à expectativa que foi gerada e que provocou, inclusive, uma majoração significativa das diárias.    
Já na parte comercial, a Náutica Show, feira montada no pavilhão do Centre de Eventos, teria contado, segundo as informações divulgadas, com 68 estandes e movimentado cerca de R$ 22 milhões, considerando as pré-reservas feitas pelos oito espaços reservados a projetos imobiliários. Em razão desse sucesso, a promotora da feira já teria marcado para junho deste ano a realização da Itajaí Náutica Show, uma feira com o mesmo formato de eventos náuticos já consolidados no Brasil, como o Rio Boat Show.
Mas ficou difícil de entender nesta parte comercial onde, efetivamente, vários espaços eram ocupados por estandes reservados a projetos imobiliários, a ausência dos veículos de divulgação náutica em especial das revistas Náutica e Velejar. No caso, certamente, por não sido disponibilizado um espaço no qual pudessem expor seu trabalho e suas publicações.   
Na parte de palestras, duas mil pessoas teriam acompanhado as atividades realizadas no Auditório do Centro de Eventos entre os dias 9 e 20 de abril. Os temas abordados foram o desenvolvimento humano, sustentabilidade e o Brasil da Rio+20.
E há outros números. Relativamente à reciclagem teriam sido coletados 12 toneladas de material reciclável considerando 4 toneladas só de vidro ,1.4 toneladas de garrafas pet ,600 quilos de outros plásticos, 2 toneladas de papelão, 1.8 toneladas de alumínio,1.6 toneladas de papel misto, 600 quilos de ferro, latas e embalagens tetra Pack. Isto dá uma idéia das características de massa do evento sustentado durante as tres semanas de duração.
Grande presença de público no dia final do evento   (foto Giacomo Orlando)
Estes dados, no entanto, são  apenas ilustrativos e bem gerais.Uma avaliação mais aprofundada seria necessária para se ter uma noção exata do alcance em todos os níveis do evento.O importante,  de qualquer modo,  é que ele,  como um todo, mostrou-se uma iniciativa pioneira e arrojada para o sul do Brasil. A oportunidade da vela integrar-se quase ao cotidiano de uma comunidade, inclusive permitindo chamar a atenção sobre iniciativas locais como o brilhante trabalho desenvolvido pela Associação Náutica de Itajaí ( ANI) representou, fora de dúvida, uma conquista de alto significado. Considerando que o  espaço com que conta Itajaí é privilegiado para este tipo de evento só resta esperar que a VOR retorne na próxima edição.

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