Voltemos um pouco atrás.
Estivemos no Sangradouro duas vezes. Na primeira, em razão dos ventos fortes, retornamos e, só na segunda, fomos numa perna só até Jaguarão.
Um pouco preocupado com os mosquitos ancoramos, nas duas vezes, no canal junto da ilha.
O Angonese, descrevendo sua passagem pelo local, observa em 31/03/2007
Mesmo antes do sol se por a mosquitada mostrava que não ia dar moleza. Voltamos um pouco para tentar achar um lugar para escapar deles, com mais vento. Mas não teve jeito. Tinha mosquito do tamanho de canarinho. E quando a gente botava a mão pra fora do barco e tirava ficava o formato dela no meio daquela nuvem de mosquito... Tá bom assim Robinson? Uma fogueira na barranca, repelente, repelente e repelente.
Embora numa época menos favorável à presença da indesejável companhia, o Comandante Portinho tratou de tomar suas precauções. A principal delas foi estender uma tela por fora da gaiúta.
Na primeira vez, pela manhã, coube a mim abrir a gaiúta e, surpresa!, havia um único mosquito enredado na rede.
Precipitadamente dei cabo à sua vida ali mesmo, sem pensar duas vezes.
De algum modo, no entanto, pela sua singularidade, ele passou a ter uma espécie de personalidade, de individualidade, tanto assim que o batizamos de "Carlos Eduardo".
Ao retornar ao Sangradouro pela segunda vez, novamente as mesmas precauções até porque, agora, já não havia o vento da primeira oportunidade.
No entanto, surpresa maior, não havia pela manhã nem sombra de mosquito!
Mas, tenho que confessar , ao abrir a gaiúta bem cedo, tinha a secreta esperança de que iria encontrar o "Carlos Eduardo"...
E, neste momento, vendo o cockpit vazio, senti uma terrível culpa por tê-lo de forma tão desumana , eliminado.
Grande Paulo Baptista!
ResponderExcluirQue prazer acompanhar as crônicas do Flotilha.
Adoro o verão, a brisa do mar e as delícias que ele nos propicia, porém, se tem uma coisa que literalmente tira o meu sono sagrado é o tal mosquito. Já foi tarde "Carlos Eduardo"!
Abraço e Bons Ventos!
Maurício (Nonô) / Malacara