terça-feira, 26 de abril de 2011

Galeria do Flotilha

Fábio Caetano, arquiteto, foi meu colega no pós-graduação em Patrimônio Cultural e já sabia de seu interesse e de seu pendor pelas questões artísticas e culturais. Mas não conhecia a sua sensibilidade para a fotografia. Na foto, dando cores e vida ao Flotilha, um exemplo disto tendo como cenário o canal do São Gonçalo já apresentando os tons do outono.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

A vez dos Clássicos

Já era hora de se dar uma atenção especial aos veleiros clássicos, com algumas décadas de construção e, particularmente, de madeira. Esta perspectiva está aberta com a criação da Associação Brasileira de Veleiros Clássicos(ABVC) , que tem a intervenção dos irmãos Grael, juntamente com Eduardo Hamond Regua, proprietário do veleiro Cairu II. Já dentro deste novo espírito realiza-se de 29 de abril a 1º de maio, em Angra dos Reis, a 1ª Regata de Veleiros Clássicos. Lars Grael, que competirá com o Marga , presenteado pelo irmão, Torben, que também estará na regata , ressalta a importância desse tipo de evento para a náutica brasileira. "Sinto que esta regata em Angra está mobilizando a todos de uma maneira nunca vista anteriormente. Ela se soma à Regata de Clássicos de Búzios e à tradicional Regata Preben Schmidt. Trata-se de uma nova tendência na Vela Oceânica de resgatar e restaurar os barcos clássicos e antigos", afirmou.
Na foto o veleiro "Aragem", ex- "Brisa"
Projetista: Ernst Retzlaff - Classe Karioca , 1965

sábado, 16 de abril de 2011

Viagem Melancólica

Barcos são barcos. Movidos a pano ou pela impulsão de motores, tem o poder de nos encantar pela magia de flutuarem. Além disto, mesmo quando produzidos em série, alcançam cada um deles uma personalidade própria. Por isto cada um tem o seu nome. Nomes de lugares, de ventos, de mulheres, de seres mitológicos, nomes os mais diversos e, às vezes, surpreendentes. Por isto sempre causa tristeza ver chegar ao fim a existência de um barco. Alguns naufragam e tem a morte trágica mas honrada de sucumbir no mar. Outros desaparecem esquecidos em algum ancoradouro. Mas a morte mais triste para um barco creio que seja o sucateamento. Tres dos barcos que há muitos anos "enfeiavam " a doca que fica na entrada da cidade de Porto Alegre, pertencentes à Petrosul - Laranjal, Porteiras e Pernambuco - foram transferidos para as docas do Parque Náutico, no Cais Marcílio Dias e pelo menos uma dessas três embarcações seria reformada para ser utilizada no transporte de granéis. O destino das outras, no futuro, não se sabe. Por enquanto seguem, amparadas pelos rebocadores pois não tem forças próprias, este cortejo melancólico pelas águas do Guaíba até o novo destino.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Capivaras

Sérgio Sperb , comandante atualmente do veleiro Azul do Vento e sempre entusiasta da vela, envia a foto acima tirada nas Capivaras vendo-se à direita Pelotas e à esquerda Rio Grande. Manifesta também sua aprovação ao Flotilha que considera muito agradável, interessante e "leve" de ler. Partindo do Sperb é um grande incentivo. Para apreciar melhor toda a beleza da cena acesse a foto ampliada

sábado, 9 de abril de 2011

Os Temíveis Espigões

Navegar até Jaguarão se constitui, especialmente para os velejadores que vem de Porto Alegre ou Tapes, uma espécie de batismo de longo curso. Podem ser vários dias de navegada que tem, entre outros atrativos, o significado de entrar na Mirim. Não é, no entanto, em todas as ocasiões que se torna tão visível quanto agora num período de estiagem o real significado, em termos de risco, dos temíveis espigões. São inúmeros os acidentes ocorridos com barcos cujos capitães se descuidaram de evitá-los o que exige, quando ficam encobertos, muita atenção. A foto, enviada ao Flotilha pelo Comte. Couto, dá bem uma idéia do que nos referimos, idéia que só através do gps não podemos captar tão vívidamente. Aproveitamos e repassamos os waypoints enviados pelo Comte.Couto que esclarece se tratarem dos que usava para recolocar as boias no lugar depois de cada enchente até terem, na última, desaparecido todas à exceção de uma única.

POSIÇÕES DAS BÓIAS DENTRO DO RIO JAGUARÃO
NR PONTO DESCRIÇÃO LAT. “S” LONG. “W”
67 BOIA 01E- PEDRAS INICIO ESPIGÕES - 32º36’01,8” -53º18’41,9”
68 BOIA 03E- JAG14 ILHA STA. RITA -SUL - 32º35’48,8” -53º19’17,1”
69 BOIA 05E- JAG13 ILHA STA. RITA -NORTE -32º35’28,1” -53º19’43,0”
70 BOIA 07E- JAG12 VOLTA VARGAS (PEDRA) - 32º35’15,2” -53º19’52,0”
71 BOIA 02V- JAG11 VOLTA VARGAS - 32º35’02,9” -53º20’02,0”
72 BOIA 04V- JAG10 VOLTA VARGAS - 32º34’59,7” -53º20’13,3”
73 BOIA 06V- JAG09 ILHA NOVA - 32º35’18,7” -53º20’31,7”
74 BOIA 09E- JAG08 VOLTA PERIQUITO - 32º35’31,6” -53º20’’46,0”
75 BOIA 11E- JAG07 VOLTA PERIQUITO - 32º35’35,3” -53º20’57,5”
76 BOIA 13E- JAG06 VOLTA PERIQUITO 32º35’33,6” -53º21’11,2”
77 BOIA 15E- JAG05 VOLTA PERIQUITO - 32º35’20,3” -53º21’29,7”
78 BOIA 17E- JAG04 ILHA SETE - SUL - 32º35’00,7” -53º21’35,0”
79 BOIA 19E- JAG03 ILHA SETE - NORTE - 32º34’46,3” -53º21’42,8”
80 BOIA 21E- JAG02 JACINTO - 32º34’32,4” -53º21’57,1”
81 BOIA 23E- JAG01 IATE CLUBE JAGUARAO - 32º34’24,4” -53º22’06,8”
DATUM WGS84

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Mangrulhos do Sangradouro

Paulo Angonese, ex-Kauana, sempre atentíssimo aos fatos relativos às Lagoas (ou lagunas) envia esta mensagem com a foto acima do mangrulho nª1: Boa tarde! Finalmente achei uma brecha para enviar para vocês as marcações que fiz no Canal do Sangradourou, Lagoa Mirim, este ano. Desta vez sem pressa e com a lagoa bem baixa marquei "no lado" todos os mangrulhos e estacas visíveis. Tirei até foto! O mangrulho 1 estava visível, com uns 15 cm para fora (dizem que já matou gente). Em anexo as coordenadas dos obstáculos (não são waypoints de passagem!). Convém lembrar que o mangrulho 4 não consegui ver. E pelas coordenadas antigas que tenho de fontes diversar existiriam outras estacas(?). Então estariam todos embaixo da água?
WGS 1984
w,dm,Mang1,-32 09.21918',-52 38.23884',Mang1 submerso
w,dm,SAN-2C,-32 12.21666',-52 40.46730',Estaca
w,dm,SAN-2B,-32 11.70054',-52 40.24218',Estaca
w,dm,SAN-2F,-32 13.24410',-52 40.89366',Estaca
w,dm,SAN-1E,-32 10.43808',-52 39.44040',Estaca
w,dm,Mang2,-32 10.90686',-52 39.91026',Mangrulho 2
w,dm,SAN-1D,-32 10.03008',-52 39.04590',Estaca
w,dm,Mang3,-32 14.04696',-52 41.18400',Mangrulho 3

quarta-feira, 30 de março de 2011

Encontro da Vela 2011

Na foto enviada pelo Com.Newton , do Colibri, vemos os veleiros tranquilamente ancorados nos trapiches do Iate Clube de São Lourenço, antes da enxurrada, durante o Encontro da Vela. O Colibri destaca-se dentro da flotilha pela cor do casco, roxo. Poucas horas após esta foto este cenário foi varrido arrastando os veleiros que tinham permanecido. Acompanhe o relato feito pelo comandante de seu retorno.

terça-feira, 22 de março de 2011

São Lourenço, a semana seguinte

Decorrida a primeira semana após a enxurrada em São Lourenço, tem-se um balanço mais preciso dos estragos provocados. Por toda a parte vestígios de destruição nas residências e prédios localizados no caminho da enxurrada, que além do curso normal do arroio, vasou por um segundo rumo que atravessou boa parte da cidade desaguando na praia da Barrinha. Na cena da foto seguinte, pode-se ver o Iate Clube com os trapiches totalmente destruídos e, espalhados, alguns dos poucos barcos que permanecem na água .

Talvez o veleiro que tenha ficado mais incólume, é o Diadorim ( foto abaixo) pois assim que as águas baixaram permanecia no mesmo lugar conforme se pode verificar no vídeo postado em 11 de março.
A mesma sorte não teve o veleiro Aragano ( foto a seguir) que permanece encima do barranco com o mastro quebrado. Os veleiros Horos e Carumbé não foram encontrados e o Ringo, embora encontrado , tem um resgate dificil e muitos estragos.
Por outro lado, na margem oposta do arroio, onde estão localizados os estaleiros, talvez se possa dizer que os prejuízos foram ainda maiores pois implicou na perda, além de embarcações, também de equipamentos e matéria prima, paralisando as atividades de construção naval e de pesca. Na foto, em que se vê uma embarcação que foi jogada em terra, cena da atividade de limpeza e recuperação de equipamentos.
Mas das inúmeras marcas que a enxurrada deixou em sua passagem, talvez nenhuma se mostre tão exemplar da violência do fenômeno quanto o valo que abriu na praia da Barrinha. Segundo a versão de alguns moradores as águas teriam retomado um antigo curso anteriormente existente.
Não sei se procede mas observando o rumo que as águas tomaram até desembocar com tamanha força na praia, é de se dar crédito.
Mas a corajosa São Lourenço, berço de tantos navegadores, refazendo-se do choque, apresenta por todos os lados sinais de retomada das atividades normais. O bote de pescadores rumando na direção da barra para sair na lagoa, parece-me uma imagem bem apropriada para dar uma idéia desta superação.

sábado, 12 de março de 2011

São Lourenço, Imagens da Destruição

As fotos a seguir, enviadas pelo flotilhense Mário da Rocha, registram in loco a destruição provocada no Iate Clube de São Lourenço pelo aluvião que desceu pelo arroio. Aos poucos o balanço do prejuízo vai sendo feito entre barcos que permaneceram amarrados na área do clube e estão sendo acomodados, outros que levados para a lagoa estão sendo trazidos e, ainda outros, ou que estão ainda sem condições de resgate ou, até mesmo, ainda não foram encontrados. Vale ressaltar que embora tenhamos nossa atenção voltada para a sorte particularmente dos veleiros, se o dano provocado neles é grande para os proprietários, no caso dos pescadores e dos estaleiros que tiveram perdas ainda maiores ou até total, a situação está significando hoje a subtração do próprio meio de sustento.







sexta-feira, 11 de março de 2011

Um "tsunami" em São Lourenço


Apenas dois dias após a realização do tradicional Encontro da Vela de São Lourenço , que parece reencontrar o atrativo de antigamente, quando alguns barcos participantes ainda permaneciam ancorados no trapiche do Iate Clube, o inesperado. Uma enxurrada formada nas nascentes em razão de fortes chuvas, desceu o arroio São Lourenço levando por diante, exatamente como um tsunami, tudo que encontrou pela frente. Como consequência todas as embarcações e instalações, estaleiros entre elas, que ficam nas margens do arroio foram na maior parte arrastadas, destruídas ou seriamente afetadas. Os veleiros amarrados no Iate Clube, mais de duas dezenas, à exceção de uns poucos, foram arrastados até dentro da Lagoa. As informações no início incompletas, aos poucos, com as águas já baixando, permitiram se ter uma idéia dos prejuízos e os veleiros começaram a ser resgatados com danos de menor ou maior monta. O vídeo a seguir , feito é importante ressaltar no momento em que as águas já estavam baixando, é um dos registros mais eloquentes da força da enxurrada permitindo ver claramente o vazio que ficou no ancoradouro do Iate Clube.


video postado no youtube por kitecassinero

terça-feira, 8 de março de 2011

David e Golias

Há imagens que são carregadas de significados. Esta, especialmente, registra um surpreendente contraste entre duas embarcações inteiramente distintas. Um cargueiro, de milhares de toneladas e um veleiro, nem tão pequeno, mas um anão em termos comparativos.
O veleiro apenas passa ao largo do naufrágio aparentemente sem ter nada a ver com o fato. Mas é como se, naquele momento, David e Golias se enfrentassem e enquanto David seguisse em frente, mantendo seu rumo, Golias sucumbisse vítima de seu próprio tamanho, de seu próprio peso.
Mas embora a imagem possa ter este simbolismo também há outros mais prováveis. O veleiro poderia estar, no caso do cargueiro ainda manter tripulantes a bordo, na expectativa de um resgate. Afinal são inúmeras as vezes em que navios mercantes socorrem velejadores em apuros e o veleiro talvez estivesse procurando, dentro de seu alcance, retribuir esta camaradería do mar.

domingo, 6 de março de 2011

Um Bruma na Refeno

Em o Bruma se tratando do Entrevero do comandante Pires a participação talvez não fôsse tão surpreendente.
Trata-se, no entanto, apenas de um engano do site da regata que coloca a foto acima, do Entrevero , tranquilamente ancorado em algum canal da Mirim, como sendo do veleiro Rebojo, este sim participante da regata.
Quem quiser conferir acesse http://www.refeno.com.br/refeno/participantes_detalhes.php?id=49 . Como tripulantes estão relacionados Antônio José Moreira Azambuja e Carlos Wilson Leinhardt Vera o qual, infelizmente, veio a falecer algum tempo depois do retorno a Jaguarão.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Veleiro valente ( II)

Depois da tranquila passagem por Pelotas, o veleiro Viking III tomou o rumo de retorno tendo, como primeira escala, a Barra Falsa. A tranquilidade, no entanto, parece que durou pouco. Acompanhe o relato dos momentos difíceis e tensos que foram surgindo nesta etapa da navegada.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Oday com rabeta

Uma oportunidade única para se conhecer melhor um barco surge quando ele é içado fora d'água para manutenção. Em alguns casos nos deparamos com situações que chamam a atenção como, por exemplo, o veleiro AguaBoa, um Oday, segundo o Comandante Portinho da primeira série produzida, com motor de centro de rabeta ao que consta não muito frequente. Não estranhem, portanto, quando induzindo à idéia de que não tem motor, o veleiro aparentar mais motorização do que os demais.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Veleiro Valente

Tripulado pelo Leandro e pela Carla, um jovem casal de Novo Hamburgo, o simpático veleiro Viking III, de 20 pés, está navegando pela Lagoa dos Patos. Uma bela navegada com paradas em Tapes, São Lourenço, Pelotas, Rio Grande, Barra Falsa, Barquinho antes do retorno, até o final do mês, a Porto Alegre.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Retornando à Ilha da Feitora

Quarta-feira, 5 de janeiro. Estamos de retorno à Ilha da Feitoria para acompanhar o fornecimento de energia elétrica, fornecida por uma placa solar, à família de moradores. Somos inteirados de uma queda do sistema, resolvida de forma emergencial pelos próprios moradores, e procedemos, em ação direta do Prof.Lúcio, a alguns reparos. Ficamos satisfeitos em saber que, a não ser por este episódio, o fornecimento de energia tem sido contínuo permitindo, inclusive, a instalação de um televisor. Com este aparelho, nos relatam, tem assistido os programas costumeiros e puderam acompanhar a Copa do Mundo. Feita esta visita de avaliação retornarmos a bordo do bote Djavu prevendo um próximo retorno para completar a manutenção. Na foto acima um dos moradores visivelmente satisfeito com o emprego de energia elétrica e, abaixo, uma vista geral das moradias.

Notícias anteriores sobre este projeto no site do Projeto Flotilha (link ao lado)

sábado, 25 de dezembro de 2010

Matéria da Velejar

O número 49 da Revista Velejar publica matéria de nossa autoria sobre o projeto de Enrique Celesia. O navegador pretende fazer a circunavegação pelo paralelo 40, em solitário e sem escalas. Boa leitura!

sábado, 27 de novembro de 2010

O "Colibri" de cara nova

Era de estranhar que o Comt.Newton. do Colibri , não desse mais notícias. Agora está explicado, sem muito alarde estava reciclando o barco que agora ressurge com o aspecto que vemos na foto.
Está novo em folha e até merecia abrir uma champanha ao colocar na água.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Paixão por Catamarãs

Conheci Antonio Martyniuk em Montevideo, de uma gentileza excepcional. Levou-me a conhecer o Nautilus Yachting Club e o Yacht Club Uruguayo. No N.Y.C. encontrava-se o catamarã Truco que tinha construído. É apaixonado por catamarãs, paixão que divide com Luis Nin. Agora soube que passou por Rio Grande, a bordo de outro catamarã e em companhia de Luis Nín. Mas só soube agora, através de uma mensagem: Paulo: En mayo bajamos un catamarán desde Florianópolis a Pirápolis, un viaje espectacular!!! Llegamos una tardecita a Rio Grande volviendo a MVD de madrugada en TTL desde la ruta. Volvimos a la semana ahí, a buscar el barco, llegamos y pasamos a saludarte no te encontramos, dejé saludos en la portería del Museo.
Hicimos papeleo y nos vinimos. Fue un viaje muy relámpago y fantástico. Te adjunto foto mía con Paulo un taxi metrista de ahí y otra del barco(...) Te mando un abrazo. Antonio

Me diz ainda que está construindo outro catamarã.
Desta paixão parece que meu amigo Antonio não se cura mais...

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Sokolnik, destaque no laser

Nåo é objetivo do Flotilha divulgar regatas. Mas há exceções, uma delas é o brilhante desempenho do rio-grandino Eduardo Sokolnik que, disputando o Campeonato Estadual de Laser 2010, de 9 a 12 de outubro, no Clube Veleiros do Sul, conquistou o vice-campeonato estadual. Eduardo é filho do conhecido Queijo grande entusiasta da vela. Cabe mencionar que o primeiro lugar do campeonato foi obtido por Lucas Ostergren. Só a menção deste sobrenome já dá uma idéia do "pedigree" dos competidores.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Pequena Navegação


Uma navegação por ser curta não deixa, por isto, de ter interesse. É o caso da velejada, num monotipo Ipanema, feita pelo Anderson e seu parceiro Gustavo Feijó, desde a guarderia ProWind até o Umbu, do outro lado do canal São Gonçalo. Abaixo o track da velejada. Bom início, esta dupla promete.


sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Veleiro "Rebojo"


O veleiro Rebojo, comandado pelo Pires, navega por mares nunca dantes navegados. Está retornando de Fernando de Noronha depois de participar da Refeno.
Tivemos, eu e o Comandante Portinho, oportunidade de presenciar a perna ainda inicial desta empreitada ao cruzarmos com o veleiro, recém saído de Jaguarão, dentro do Canal do São Gonçalo. Vinha velejando muito tranquilo, com a tripulação no cockpit, mas com um visual a indicar que tinha se preparado bem para a longa navegada. Infelizmente não registrei fotograficamente este momento. Acenamos ao passar bem próximos e nos afastamos.
A seguir, já em Pelotas, foi a oportunidade do Comandante Pires duelar com o Pepe no trago e parece que o Pepe teria sido o vitorioso. Pelo menos, quando subi a bordo para conversar com o Pires, ele já estava derrubado. O Pepe ainda teria conseguido, embora sem sair inteiramente ileso, encontrar o caminho de volta para o Miúra .
Duelo de dois pesos pesados da vela, é bom não estar por perto quando o Pires chegar de volta e se reencontrar com o Pepe.
Só Deus sabe o que pode acontecer se decidirem reeditar o desafio. Como o Pepe vai estar voltando da Espanha, mesmo que de avião, e o Pires de Fernando de Noronha, vão tomar muitos copos enquanto discorrem sobre os seus feitos. Se for possível o Flotilha vai estar junto para registrar este momento histórico.

sábado, 4 de setembro de 2010

A Bicicleta de Enrique

Reproduzo a seguir uma pequena crônica, escrita pela ocasião de entrevista com Enrique Celesia e publicada originalmente em Ciclistas Anônimos :

Preparando uma matéria para a revista náutica Velejar, chego a Buenos Aires e vou direto ao encontro do navegador Enrique Celesia para entrevistá-lo.
É uma tarde fria e chuvosa de agosto e durante umas duas horas procuro conhecer melhor suas idéias e seus planos de ser o primeiro argentino a fazer a volta ao mundo em solitário e sem escalas ao longo do paralelo 40, ou seja, na altura dos icebergs que se desprendem da Antártida.
E é entre suas considerações sobre vários assuntos entre os quais confessa sua grande admiração por Vito Dumas, que descubro seu apêgo ao ciclismo.
Afirma-me ser seu veículo particular de transporte terrestre. Por água, é claro, dispõe do barco que vem construíndo há 10 anos com o fim de executar seu projeto. A bicicleta fica no convés amarrada ao mastro.
Só creio que em sua viagem, como não terá escalas, não deverá levá-la.
Mas até lá ela permanece bem próxima como uma companheira que o ajuda a levar adiante o seu sonho.
Ao voltar para o centro da cidade Enrique me acompanha pois tinha uma reunião.
Dentro do trem que tomamos em San Isidro vêm alguns ciclistas com suas bicicletas. Ao chegarmos à imponente estação Retiro descemos todos juntos mas os ciclistas vão se misturando à multidão que se encaminha para a saída. Eu e Enrique passamos pelo Hotel Sheraton que na década de 70, antes do golpe militar, os movimentos populares idealizavam transformar num hospital para crianças.
"Qué lindo, que lindo, qué lindo que va a ser, el Hospital de Niños en el Shératon Hotel..." , confessa-me que cantavam nas manifestações políticas .
Atravessando o imenso espaço aberto das avenidas circundado por um impressionante conjunto de edíficios dentre os quais se destaca, pelo seu porte e impressão de solidez o Edificio Kavanah, seguimos caminhando pela calle Reconquista até o hotel , na esquina com Tucumán, onde nos despedimos.
Os ciclistas não sei que destino teriam tomado.
Espalharam-se por Buenos Aires desaparecendo incógnitos dentro da noite.
( foto Giacomo Orlando)

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Sair a Navegar

Saí a navegar ...
Quando alguém se afasta de seu local habitual às vezes é costume deixar um aviso ou um recado. Isto é válido especialmente para pessoas que atendem em algum ponto determinado. Assim todos sabem que está ausente.
Acho que quem navega deveria fazer o mesmo.
Mesmo numa navegada curta, de três dias -- desta vez o Comandante Portinho abriu mão de suas idas a Jaguarão e aos recantos da Mirim, para ficar dentro do São Gonçalo.
Mas é tempo suficiente para ser procurado e não ser encontrado assim como, algo característico quando se sai a navegar, para se ter também restringida a capacidade de comunicação. Isto, confesso, sempre me preocupa um pouco.
Três dias sem telefone, sem internet! E sem computador!
Como estou sempre escrevendo uma coisa ou outra terei de recorrer à caneta e ao papel.
E tem mais: são três dias sem televisão, sem a comida caseira, sem os pequenos e os grandes confortos de casa. E sem a mulher, sem os filhos... Os animais de estimação também podem nos fazer falta. De um certo modo é como se o mundo, o nosso pelo menos, ficasse para trás...
Mas pode ser que , ao retornar com a barba por fazer e um pouquinho mais magro, pelo menos os filhos nos vejam como um navegador arrojado.


Aliás, quando penso nas longas navegadas, navegadas que nunca fiz nem farei, confesso que antes as admirava, agora, pouco a pouco, começo a não entendê-las.
Posso até ter interesse, como ainda tenho, mas entender começo a ter dificuldade.
No último dia 19 de maio, por exemplo, o indiano Dilip Donde completou à volta ao mundo solo.
Ele levou 9 meses e teria sido o 175ª velejador solo a fazer o feito desde Joshua Slocum entre 1895 e 1898.
Centuagésimo septuagésimo quinto velejador!
Logo estaremos comemorando quinhentos, depois mil, sabe Deus quantos à falta de coisa melhor para fazer. É uma espécie de massificação da volta ao mundo em solitário. Agora a variante mais recente é incentivar voltas de garotas adolescentes.
A experiência deve ser inesquecível e tem permitido aos candidatos uma relativa fama ao se incluírem na lista das grandes Aventuras no Mar.
Talvez lhes propicie também encontrar a Deus ou desistir de procurá-Lo. Podem até não voltar e se perderem sem serem resgatados. Ou, ao voltar, apenas encontrar os mesmo amigos, os mesmos filhos e a mesma mulher. Se ela ainda estiver esperando, é claro.
Às vezes fico me lembrando destes navegadores solitários, parece que hoje sempre há algum pelo oceano, tentando imaginar o que estão fazendo, o que estão pensando.
Talvez estejam simplesmente dormindo ou sonhando com um banho quente ou uma refeição bem preparada enquanto são conduzidos pelo piloto automático ou pelo leme de vento perdidos em meio ao mar.
Sem chegar a nenhuma conclusão sobre estes temas lembro-me, antes de sair, que tenho que tomar algumas pequenas providências, coisas que não posso esquecer de levar, meu travesseiro, meu chapéu de aba larga e a máquina fotográfica.
Detalhes que me façam sentir mais perto de casa ou que me permitam ter o que contar quando voltar.
Chegando no barco pulo para dentro e deixo o mundo para trás.
Saí a navegar.

domingo, 23 de maio de 2010

O Primeiro Veleiro

O primeiro veleiro a gente jamais esquece.
Em algum lugar de nossas reminiscências sua lembrança estará guardada para sempre entre as que nos são mais caras: a primeira bicicleta, as férias na praia com os pais, a primeira namorada, o time de futebol com os amigos da infância. São lembranças puras, de um momento em que o mundo ainda é um território que, embora o desconhecimento, não hesitamos em enfrentar em todos os seus perigos.
O primeiro veleiro pode até não ter sido nosso. Mas mesmo o velereizinho da escola, algum optimist meio maltratado por ter passado por tantas mãos, tem em nossa memória um lugar guardado com carinho.
Como esquecer os momentos vividos em sua companhia, as cambadas, as ondas enfrentadas, como esquecer a primeira capotagem!
Com o tempo, porém, já não capotamos tanto e o primeiro veleirozinho dá lugar a outros maiores.Que vamos amar também e podem até se tornar uma espécie de segunda casa , isto quando não nos mudamos definitivamente para eles.
A lembrança, no entanto, do primeiro veleiro´se sobrepuja a todas as outras e em certos momentos, quando ela inesperadamente, por qualquer motivo, ressurge em nossa mente, não podemos evitar que uma lágrima guardada no fundo de nossa alma, escape para a luz do mundo e possa até ser percebida por alguém mais íntimo e atento.
Afinal, o primeiro veleiro a gente não só não esquece como não volta mais
( a foto acima, que me inspirou esta crônica, é do primeiro veleiro do amigo Luiz Antônio S. da Silva , comandante do veleiro Donga , um micro racer 19, e grande apreciador de barcos)

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Crucero de la Amistad visita Pelotas

Numa rápida visita a Pelotas, El Crucero de la Amistad, que chegou na véspera, partiu hoje de volta a Rio Grande para, dali, prosseguir viagem. A foto acima mostra o momento da saída do Clube Caça e Pesca dentro do Arroio Pelotas. A foto seguinte é do momento em que os veleiros se encontram no Canal São Gonçalo percorrendo um pequeno trecho antes de retornar rumo de Rio Grande. Um belo momento náutico como em poucas vezes se tem a oportunidade de presenciar.

A SEGUIR >> mais fotos
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terça-feira, 18 de maio de 2010

Crucero de la Amistad- Chegada em Rio Grande

Aproveito para repassar as excelentes imagens de Maria Amélia Goretti divulgadas inicialmente no site nosso parceiro Conjuminando. A bordo do veleiro da foto, chega Daniel Serfilipp dono do Casablanca, apreciador de Cartola e dedicado estudante de português.

Resgate do Baby Sack

Notícia publicada no jornal Diário Popular( 18/05/2010)
Argentinos são resgatados pela Marinha brasileira
Foto: Marcus Maciel Casal
Por: Rafael Mano Diverio

Os argentinos Blanca Bella, de 55 anos, e Silvio Augusto Carpovich, de 56, finalmente terminaram uma longa jornada. Eles chegaram nesta segunda-feira às 19h38min ao Rio Grande Yatch Club (RGYC), resgatados pela Marinha do Brasil, depois de mais de 24 horas à deriva entre Rio Grande e Santa Vitória do Palmar, na altura do Farol do Albardão a cerca de 87 quilômetros da costa.
O veleiro Baby Sack entrou no canal do Porto de Rio Grande por volta de 16h. Eles precisaram ir à Marinha e chegaram ao RGYC, onde foram recepcionados por vários outros participantes do Cruzeiro da Amizade, que estão na cidade. Buzinas, palmas e gritos de incentivo alegraram o casal, que, apesar de ter permanecido mais de um dia longe da terra firme, aparentavam tranquilidade. Quando pararam, uma argentina deu uma garrafa de champanha para comemorar. “Não aconteceu nada”, repetia Carpovich, “apenas estamos felizes por estar em Rio Grande.”
Segundo ele, em nenhum momento ficou assustado. Carpovich disse ainda que não pediu ajuda enquanto esteve à deriva. Os dois continuarão a viagem. Vão para Pelotas antes de tomar o rumo do nordeste brasileiro, com uma parada prevista para Florianópolis e outra no Rio de Janeiro.
O rebocador Tritão ajudou o casal a chegar a Rio Grande. O leme do barco quebrou e esta é a mais provável explicação para o caso. A operação também contou com auxílio do núcleo de Polícia Marinha da Polícia Federal.
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segunda-feira, 17 de maio de 2010

Recuerdos de Buenos Aires

Enquanto o amigo Hernan Prado e Enrique Celesia cruzam o Atlântico de um lado a outro, percorro em Buenos Aires, elaborando uma matéria para a revista Velejar por ocasião da zarpada do Crucero de la Amistad , roteiros bem conhecidos de ambos. Na primeira foto, a bordo do Vito Dumas, com meu amigo Luis Monsonis, Luis Martiarena e Cris Infante. Nesta outra, deixo-me levar, a bordo do veleiro Tom Collins de Pepe Fuera de Borda, pelo Rio da Prata tendo ao fundo o veleiro Galileo.
Tudo isto enquanto em Buenos Aires o Teatro Colón está sendo reaberto, é realizado o encontro da Unasur, Martínez de Hoz é detido e o Estudiantes começa a perder o Torneo Clausura para o Argentinos Juniors. Ambas as fotos são de Giacomo Orlando
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sábado, 15 de maio de 2010

Criança a Bordo


Depois de um início de navegada, quando ocorreu uma colisão, que parecia dar razão aos céticos do projeto, a australiana Jessica Watson, de 16 anos acaba de completar a volta ao mundo solitária sem escalas a bordo do veleiro de 34 pés Ella Pink Lady (Pink” é uma alusão à cor rosa predominante no barco ) . Torna-se assim a mais jovem a realizar uma navegada deste tipo. O feito, saudado como uma façanha nacional pelos australianos, dá margem a algumas reflexões sobre navegadas “heróicas” . Talvez seja o momento de concluir que “heroísmo” se trate de outras coisas.